A Justiça do Trabalho manteve a demissão por justa causa de um médico em Belo Horizonte, dispensado após deixar um paciente esperando por 40 minutos em uma sala de cirurgia. Durante este tempo, o médico descansava em um quarto reservado a profissionais. A decisão foi tomada em fevereiro de 2025 e confirmou sentença, que reconheceu descuido no desempenho das funções do profissional.
O caso aconteceu em março de 2023. Segundo a denúncia, informaram ao médico que haveria outro procedimento após o encerramento de uma cirurgia. Quando soube do atraso, a supervisora do centro cirúrgico tentou ligar para ele, mas não conseguiu contato. Ao procurá-lo pessoalmente, o encontrou dormindo no quarto de descanso. Informado de que o paciente aguardava há 40 minutos, o médico disse que ainda estava em seu horário de almoço e se recusou a descer para a cirurgia. Questionado se deveria cancelar o procedimento, respondeu: “Então cancele”.
A defesa do médico alegou que ele não autorizou a cirurgia e negou qualquer descaso. Disse ainda que a investigação administrativa realizada pelo hospital não foi justa. No entanto, o relator do caso, considerou válidas as provas produzidas pela instituição de saúde. Imagens das câmeras de segurança, mensagens por aplicativo e os depoimentos colhidos durante o procedimento interno reforçaram a versão da empregadora.
Decisão
Segundo o relator, o médico entrou na sala de descanso às 10h47 e só recebeu abordagem da supervisora por volta das 11h46. Ele só deixou o local mais de 40 minutos depois e não chegou a comparecer à cirurgia. A investigação interna apontou ainda que o profissional cumpria jornada de seis horas e, portanto, teria direito apenas a 15 minutos de intervalo, e não a uma hora, como alegado.
Na decisão, o TRT-MG concluiu que houve conduta grave por parte do trabalhador e que o hospital agiu dentro dos limites legais ao aplicar a justa causa. O recurso apresentado pelo médico foi negado.
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