O casal João Vitor Carrilho Reis, de 24 anos, e Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23, que havia sido internado após consumir uma torta de frango comprada em uma padaria de Belo Horizonte, recebeu alta e segue em recuperação em casa. Os dois estavam internados no hospital Felício Rocho, na região Centro-Sul da capital. Creuza Maria, tia de Isabella, morreu no dia 27 de maio, aos 78 anos.
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Em nota ao BHAZ, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que os depoimentos já foram recolhidos e aguarda os resultados da perícia para concluir a investigação. “A PCMG ressalta ainda que as supostas vítimas não estão mais internadas”, escreveu nesta segunda-feira (14).
A Vigilância Sanitária (Visa) interditou a Padaria Natália, localizada no bairro Serrano, no dia 23 de abril. A ação foi motivada pela falta de alvará sanitário e pela constatação de “irregularidades no que se refere a questões de higiene e estrutura sanitária”. Ingredientes foram recolhidos para análise.
Conforme a Prefeitura de BH (PBH), o local continua interditado e não pode realizar comércio ou a manipulação de alimentos.
Exames
Ainda não foi divulgada nenhuma causa oficial. Após os médicos descartarem envenenamento por chumbinho, os internados receberam soro contra botulismo, doença causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
Porém, no dia 20 de maio, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) negou a possibilidade de botulismo. Foram analisadas amostras clínicas dos pacientes e dos alimentos suspeitos. A PCMG segue com a investigação para determinar a causa exata do mal-estar da família.
Relembre o caso
A família foi hospitalizada após consumir empadas e uma torta de frango compradas na Padaria Natália, em uma segunda-feira, dia 21 de abril. O casal, que estava visitando Creuza Maria, chegou a retornar ao estabelecimento no mesmo dia para reclamar que os produtos pareciam estragados, recebendo o estorno do valor.
Posteriormente, já em Sete Lagoas, João Vitor e Fernanda Isabella começaram a passar mal durante a madrugada de terça-feira (22) e foram internados na UTI do Hospital Municipal local com insuficiência respiratória. Creuza Maria, que permaneceu em BH, também adoeceu na manhã de terça, sofrendo uma parada cardiorrespiratória – sendo reanimada pelo filho – antes de ser levada à UTI de um hospital particular na capital.
Versões
O padeiro responsável pela produção dos salgados, um homem de 55 anos com 40 de experiência, estava em um trabalho temporário de seis dias na padaria na época do ocorrido. Ele prestou depoimento no dia 23 de abril e negou ter adulterado os alimentos.
Ele afirmou ter levado uma torta similar para casa no sábado anterior, que foi consumida por sua família sem causar problemas. O padeiro também minimizou relatos de uma colega sobre uma ligação telefônica exaltada, onde teria dito que “cometeria uma tragédia”, alegando ser uma discussão com a esposa sem intenção criminosa. Ele levantou suspeitas sobre as condições de armazenamento dos produtos na padaria.
O proprietário do estabelecimento, há seis meses na administração, também foi ouvido e liberado. Ele alegou que as vistorias estavam em dia e confirmou que o padeiro era um contratado temporário recente, com quem teria perdido contato após o incidente.
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