Para muitos, ter o nome sujo significa apenas dívidas, ligações insistentes e portas fechadas para crédito. Mas nem todos sabem que algumas situações previstas em lei permitem que você processe bancos e empresas por abusos e ainda receba uma indenização. Nesta reportagem, você vai conhecer cinco cenários em que o consumidor pode virar o jogo e transformar o problema em dinheiro no bolso.
1. Cobrança abusiva: dano moral garantido por lei
Os bancos e empresas têm o direito de cobrar dívidas, mas não podem ultrapassar certos limites. O artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) proíbe qualquer cobrança que exponha o devedor ao ridículo, com ameaças ou constrangimentos.
Como funciona?
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Recebeu dezenas de ligações por dia, inclusive para familiares ou no trabalho?
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Recebeu mensagens com ameaças de bloqueio de conta ou cancelamento de CPF?
Tudo isso configura dano moral.
O que fazer?
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Documente todas as ligações e mensagens por pelo menos 30 dias.
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Grave uma ou mais chamadas, informando que você não tem condições no momento e registrando as ameaças.
Com essas provas, é possível ingressar com uma ação judicial e pedir uma indenização — que pode variar de R$ 2 mil a R$ 10 mil, dependendo do caso.
2. Nome continua sujo mesmo após pagamento
Ao pagar a dívida ou a primeira parcela de um acordo, a empresa tem até 5 dias úteis para limpar seu nome dos cadastros de inadimplentes (SPC, Serasa). Se isso não acontecer, você tem direito a ser indenizado.
Exemplo prático
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Você quitou ou começou a pagar em 1º de julho.
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No dia 8 de julho, seu nome ainda aparece restrito.
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Resultado: banco ou empresa descumpriram o prazo legal.
Como comprovar?
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Guarde o comprovante de pagamento.
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Tire um print da consulta no SPC/Serasa após 5 dias úteis.
A Justiça tem condenado empresas nessas situações com indenizações entre R$ 1,5 mil e R$ 8 mil.
3. Dívida com mais de 5 anos não pode sujar seu nome
Quando uma dívida completa 5 anos, ela prescreve para fins de negativação. Ou seja, mesmo que a empresa ainda possa cobrar judicialmente a dívida, ela não pode manter seu nome nos cadastros de inadimplentes.
Exemplo prático
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Dívida vencida em janeiro de 2020.
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Em janeiro de 2025, ela completa 5 anos e deve ser retirada automaticamente.
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Se ainda aparecer no cadastro depois desse prazo, cabe indenização.
Você pode, inclusive, limpar o nome administrativamente e acionar a Justiça para receber valores por danos morais.
4. Negativação indevida por erro ou fraude
Outro caso muito comum é a negativação indevida, quando a dívida não é sua. Isso acontece por:
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Confusão de CPFs (ex.: João da Silva com outro João da Silva).
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Fraude (alguém usou seus dados para contrair a dívida).
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Cobranças indevidas que você já contestou junto ao banco.
Como agir?
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Peça um comprovante da dívida.
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Junte boletins de ocorrência (no caso de fraude) e provas de que você não contratou o serviço ou já contestou a cobrança.
Esse é um dos casos com maiores valores de indenização, podendo chegar a R$ 15 mil em algumas decisões judiciais.
5. Nome sujo no Banco Central mesmo após pagamento
Além do SPC e Serasa, existe o Registro no Banco Central (Registrato). Diferente dos cadastros tradicionais, ele guarda um histórico dos últimos 5 anos, mesmo que você já tenha pago a dívida.
O problema
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Você pagou, mas no histórico do Registrato ainda aparece como devedor.
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Esse registro pode dificultar novas operações de crédito.
O que fazer?
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Acesse o Registrato no site do Banco Central e confira sua situação.
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Se houver irregularidade, solicite a baixa e considere ingressar na Justiça para indenização.
Tabela: Resumo das situações e indenizações médias
Situação | Como comprovar? | Indenização média |
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Cobrança abusiva | Prints, gravações, histórico | R$ 2 mil – R$ 10 mil |
Nome sujo após pagamento | Comprovante + print SPC/Serasa | R$ 1,5 mil – R$ 8 mil |
Dívida com mais de 5 anos | Data do vencimento + cadastro | R$ 1 mil – R$ 5 mil |
Negativação indevida | BO, comprovantes, contestação | R$ 3 mil – R$ 15 mil |
Registrato irregular após pagamento | Print do Registrato + comprovante | R$ 1 mil – R$ 7 mil |
Faça do limão uma limonada
Ter o nome sujo não significa estar sem saída. Conhecer seus direitos é fundamental para não apenas limpar seu CPF, mas também receber por danos sofridos. Em todos os casos, reunir provas é a chave para ter sucesso na Justiça.
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