MAM São Paulo leva videoarte à Cinemateca com mostra inédita de acervo recém-doado

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) apresenta, no dia 16 de julho, uma sessão especial na Cinemateca Brasileira. A mostra reúne 15 videoartes recém-incorporadas ao acervo do museu, com obras de artistas como Cinthia Marcelle, Carmela Gross, Lucas Bambozzi, Lia Chaia e outros.

Com curadoria de Cauê Alves, curador-chefe do MAM, e do sociólogo Miguel Chaia, a exibição celebra a doação de 75 vídeos da coleção do casal Vera e Miguel Chaia. Eles vêm reunindo obras de arte contemporânea desde os anos 1970.

Um reencontro histórico entre instituições

A exibição acontece na Cinemateca, espaço que nasceu justamente dentro do MAM, em 1954. Hoje, a Cinemateca Brasileira é referência nacional na preservação da memória audiovisual.

Além disso, a escolha do local reflete o momento atual do museu. Como a sede do MAM está fechada para reforma, parte do acervo tem circulado por instituições parceiras.

“Apresentar esse conjunto potente de vídeos na Cinemateca reforça não só uma conexão histórica, mas também nosso compromisso com a preservação da arte e da memória audiovisual”, afirma Cauê Alves.

 

Guilherme Peters, Etrom uo Aicnêdnepedni (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still_ Marina Paixão
Guilherme Peters, Etrom uo Aicnêdnepedni (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Marina Paixão

Corpo, linguagem e política em três blocos

A mostra tem duração de 1h21 e será exibida em duas sessões no dia 16: uma acessível às 17h, com legendas, Libras e audiodescrição, e outra às 19h.

A abertura é com Cruzada (2010), de Cinthia Marcelle. Na obra, 16 músicos caminham até se encontrarem num cruzamento. A ação cria uma coreografia sonora que ocupa a cidade.

A seguir, os vídeos são organizados em três blocos temáticos:

  • Retratos Poéticos: explora identidade e corporeidade com obras de Lia Chaia, Rafaela Kennedy, Thiago Rivaldo e Sara Ramo.
  • Paisagens Políticas: reúne obras como Luz del Fuego (Carmela Gross) e Americano (Berna Reale), que abordam memória e violência.
  • Experiências da Linguagem: tensiona a própria estrutura do vídeo, com destaque para Odiolândia (Giselle Beiguelman) e Love Stories (Lucas Bambozzi).

O encerramento fica por conta de Sin Peso, de Cao Guimarães, que transforma gestos simples em imagens de alta densidade poética.

Lucas Bambozzi, Love stories (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. -Foto:_Marina Paixão
Lucas Bambozzi, Love stories (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. -Foto:_Marina Paixão

Uma doação que transforma o acervo

A coleção Chaia quase triplica o número de vídeos no acervo do MAM. São agora 116 obras audiovisuais, reunindo 40 artistas de diferentes regiões, gerações e estilos.

“Além de visibilidade, essa mostra oferece um novo formato de reflexão crítica sobre o vídeo contemporâneo”, diz Cauê Alves.

Já para César Turim, gerente de Difusão da Cinemateca, “a parceria amplia o acesso a obras que circulam pouco nos canais tradicionais e fortalece o diálogo entre cinema e artes visuais”.

Lia Chaia, Faces (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo.- Foto: Marina Paixão
Lia Chaia, Faces (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo.- Foto: Marina Paixão

Serviço
MAM na Cinemateca: corpo e cidade em movimento
16 de julho de 2025
Sessão acessível: 17h | Sessão principal: 19h
Cinemateca Brasileira – Sala Oscarito (Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP)
Entrada gratuita
Curadoria: Cauê Alves e Miguel Chaia
Realização: MAM São Paulo e Cinemateca Brasileira

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