Banco do Brasil entra em zona de desconto histórico e pode surpreender em dividendos

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) acumulam queda superior a 17% em 2025, atingindo patamares próximos de R$19,20, um dos menores níveis dos últimos 20 anos — excluindo a crise de 2008. Esse recuo coloca a ação em uma faixa estatisticamente relevante para investidores que buscam oportunidades de longo prazo, segundo levantamento com base em dados históricos desde 2006.

No cenário atual, o dividend yield projetado para os próximos 12 a 18 meses está entre 7% e 7,5%, mesmo após a redução do lucro em razão da desaceleração econômica e da queda no setor do agronegócio. Em 2024, o banco distribuiu dividendos recordes de R$2,29 por ação (yield líquido de 10,8%), mas em 2025 o valor deve ser menor, embora ainda atrativo.

Comparação com bancos estatais globais e pares domésticos

Um comparativo usando plataformas de dados como InvestingPro revela que, entre os principais bancos estatais do mundo — incluindo chineses, latinos e brasileiros — o Banco do Brasil apresenta:

  • Maior earnings yield: 33%

  • Menor Preço/Lucro: 4,9

  • Preço justo segundo modelo proprietário: R$27,11, indicando um potencial de alta superior a 28%

No Brasil, a ação só é superada em desconto pelo Banrisul (P/L de 4,7), porém o BBAS3 oferece maior robustez de margem, perenidade e escala operacional. Outros bancos como BB Seguridade e Santander apresentam yields elevados (7% e 6,19%, respectivamente), mas negociam a múltiplos consideravelmente mais altos.

Histórico reforça momento de compra

Desde 2006, apenas em quatro anos o Banco do Brasil fechou com quedas superiores a 17% no ano — patamar atual — indicando que o momento configura uma das melhores janelas de entrada para investidores que priorizam preço e valor.

Tabela: Desempenho anual do BBAS3 desde 2006 nos anos de maior queda

Ano Queda anual (%) Preço mínimo aproximado
2008 -44% R$14,00
2015 -28% R$15,30
2020 -24% R$19,50
2021 -17% R$22,00
2025* -17% (até julho) R$19,20

Dados parciais até julho de 2025.

Perspectivas para os dividendos e preço-alvo

Embora o lucro do banco tenha recuado no primeiro semestre de 2025 e o payout de dividendos seja inferior ao recorde de 2024, o guidance atual aponta para distribuição moderada, possivelmente em linha com os últimos cinco anos, cujo yield médio foi de 7,93% líquido.

Para investidores que utilizam metodologias como o preço teto baseado em dividendos, o BBAS3 já opera com uma margem de segurança de até 30%, considerando um preço teto entre R$26 e R$28.

Análise técnica e opções para investidores táticos

Além de holders, investidores táticos também encontram no BBAS3 boas oportunidades. O preço atual abaixo de R$21 já é visto como nível estratégico para compras. Tecnicamente, resistências de curto prazo situam-se em R$22,46 e R$24,80, enquanto suportes firmes aparecem próximos a R$19,20.

No mercado de opções, puts com strikes entre R$19,33 e R$19,80 apresentam prêmios atraentes para quem busca proteção ou alavancagem tática.

Com preço abaixo de R$20 e dividendos ainda robustos em um setor perene e resiliente, o Banco do Brasil se destaca como um dos ativos mais descontados e potencialmente rentáveis no cenário atual — seja para o investidor de longo prazo ou para operações táticas baseadas em análise técnica.

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