CSN Mineração paga dividendos e projeta alta com minério em recuperação

A CSN Mineração (SEMIN3), braço minerador da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), distribui hoje, 16 de julho, mais um dividendo aos acionistas. O valor líquido de R$ 0,23 por ação supera os R$ 0,19 pagos no mesmo período do ano passado, mantendo a política de remunerar generosamente os investidores. Para outubro, o mercado já projeta um novo pagamento, potencialmente atingindo R$ 0,54 líquidos por ação no ano, o que deve garantir um dividend yield acima de dois dígitos.

Apesar do prejuízo de R$ 357 milhões no 1º trimestre de 2025, motivado por um resultado financeiro negativo de R$ 1,3 bilhão — reflexo de juros e vencimentos de duplicatas — a empresa manteve caixa líquido e fundamentos sólidos. O EBITDA do período foi positivo em R$ 1,4 bilhão, e a expectativa para o 2º trimestre é de melhora, com dólar estabilizado e minério de ferro se valorizando.

Comparativo com pares nacionais e internacionais

Em relação aos concorrentes, a CSN Mineração apresenta métricas atrativas de valuation. Segundo levantamento do InvestingPro, ela negocia com preço/lucro (P/L) de 7,6 vezes e múltiplo EV/EBITDA de 4,4, ambos inferiores aos de Vale e Ferbasa.

No cenário internacional, a SEMIN também se destaca frente a gigantes como BHP, Rio Tinto e Anglo American, com um dividend yield atual de 13,2%, abaixo apenas dos 14,8% da Vale.

Comparativo de indicadores — Mineradoras

Empresa P/L (x) EV/EBITDA (x) Dividend Yield (%) Caixa Líquida
CSN Mineração 7,6 4,4 13,2 Sim
Vale 7,3 6,0 14,8 Sim
Ferbasa 9,2 17,0 8,5 Sim
BHP 11,4 10,9 Não
Rio Tinto 8,8 10,9 Não
Anglo American <10 Não
Glencore Negativo Não

Para 2025, o preço justo da ação é estimado entre R$ 5,30 e R$ 6,24, indicando um potencial de valorização de aproximadamente 22% em relação ao preço atual (próximo de R$ 5). O analista técnico Bruno Mazoni projeta alvos de curto prazo em R$ 6,60 e, no médio prazo, até R$ 8,50 — patamar equivalente ao preço do IPO.

Por outro lado, em cenários de recessão global ou crise mais aguda, os suportes estão na faixa de R$ 4,24 a R$ 3,63, regiões vistas como boas oportunidades de entrada para investidores com visão de longo prazo.

Diversificação e desafios geopolíticos

A SEMIN se beneficia de uma carteira de clientes mais diversificada do que a Vale, com exportações significativas para Japão, China e, em menor grau, Estados Unidos. Isso a torna menos vulnerável a eventuais políticas protecionistas, como as discutidas recentemente nos EUA.

Porém, a dependência do mercado asiático para o minério de ferro ainda é alta. Eventuais desacelerações na China, por exemplo, podem afetar preços e margens.

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