
Porém, a formação do analista é uma travessia ética que não se encerra em um tempo definido ou com um título, pois envolve teoria, clínica e experiência pessoal, além de um compromisso permanente com o não-saber e a reinvenção constante.
Lacan já ressaltava que a formação psicanalítica é singular e não segue os moldes tradicionais, e Freud alertava que não é uma técnica simples, mas uma posição ética diante da complexidade humana. A formação exige análise pessoal, supervisão clínica e estudo teórico contínuo — um tripé indispensável para que o analista se autorize, e não um curso acelerado com carteirinha.
Em um mercado saturado de promessas vazias, cabe perguntar: como escolher um curso de formação em Psicanálise?
Diante dessa difícil e importante tarefa, alguns elementos podem servir de guia para a procura pelo melhor percurso de formação e quais locais podem contribuir. Perguntas como: quem são os professores que conduzem o curso? Possuem experiência clínica consolidada? Estão ligados a instituições de psicanálise reconhecidas? Qual a seriedade do trabalho teórico que realizam? Como nos ensina Freud, a transmissão da psicanálise não se faz apenas por meio da palavra, mas, sobretudo, pela experiência vivida. E essa experiência não se adquire na pressa de cursos breves, mas no tempo longo da travessia.
Se há um critério seguro para avaliar a seriedade de um curso, ele está no seu compromisso com a ética da psicanálise e com a recusa das soluções fáceis. Por isso, antes de se inscrever, investigue:
O currículo do curso é baseado em fontes primárias ou apenas em comentadores?
Há espaço para debates e interlocuções críticas, ou apenas a transmissão de conteúdos prontos?
O curso propõe uma reflexão ética sobre a formação e o lugar do analista?
Quem está por trás do curso, na organização da grade e seleção dos professores?
Qual a formação e a prática clínica dos professores convidados?
Evite cursos que:
Reduzem a psicanálise a uma “técnica de intervenção rápida”;
Oferecem resumos e apostilas no lugar do retorno direto aos textos de Freud e Lacan;
Prometem “formação em seis meses” ou “habilitação imediata para clínica”;
Oferecem carteirinhas ou “credenciais oficiais”.
Enquanto instituição com viés acadêmico, que se dedica ao campo da psicanálise, nós, do Instituto ESPE, temos uma posição muito séria e transparente a respeito da formação do psicanalista. Em nossa visão, esta deve ocorrer de forma permanente, segundo o percurso de cada um, partindo sempre de sua análise pessoal, da supervisão dos casos atendidos, do estudo permanente da teoria e do vínculo com uma instituição dedicada a essa finalidade.
Saiba mais em: https://www.institutoespe.com.br