Graduação em Psicanálise: um problema com diversas nuances


O verdadeiro caminho para se tornar analista envolve uma experiência pessoal profunda, sustentada por três pilares fundamentais: a análise pessoal, a supervisão clínica e o estudo teórico constante.
Recentemente, o Ministério da Educação autorizou a criação de cursos de graduação em psicanálise, mas essa iniciativa gera sérias preocupações. A graduação tende a institucionalizar e padronizar uma formação que, por sua própria natureza, é singular, contínua e inacabada. A psicanálise não é um saber fechado, mas uma travessia ética marcada pela incompletude, pela dificuldade e pela necessidade de constante reinvenção.
Portanto, ao escolher onde estudar psicanálise, é fundamental avaliar se o curso respeita essa dimensão ética e permanente da formação, evitando promessas de aprendizado rápido, certificados automáticos ou reconhecimento formal que substituem o compromisso real com o processo. A verdadeira formação analítica não é um diploma ou uma credencial, mas uma jornada de escuta, desejo e responsabilidade ética diante da complexidade do inconsciente.
Assim, a psicanálise permanece como uma prática de resistência à lógica do mercado, que insiste em reduzir o saber a mercadoria e o sujeito a consumidor. Para quem deseja trilhar o caminho da formação analítica de verdade, o desafio é aceitar a incerteza, o tempo e a dedicação que esse percurso exige, sustentando a ética da falta e o compromisso com o estudo contínuo.
Aprofunde-se neste tema: https://www.institutoespe.com.br/
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