Tarifaço de Trump pode baixar preço de ovos e combustíveis no Brasil

A nova ofensiva tarifária de Donald Trump contra a China — que reacende a guerra comercial global — pode surpreender ao trazer um alívio no bolso do brasileiro. Isso mesmo: apesar do cenário internacional turbulento, os efeitos colaterais podem incluir a queda no preço de produtos como ovos, combustível e até celulares por aqui.

O que está acontecendo?

Donald Trump anunciou que, caso volte à presidência dos Estados Unidos, pretende elevar significativamente as tarifas sobre produtos chineses. A proposta, que reacende tensões comerciais globais, já causa reações em cadeia nos mercados.

Entre os possíveis desdobramentos está a realocação das exportações chinesas para outros países, como o Brasil. Isso poderia aumentar a oferta de bens de consumo no mercado interno e, consequentemente, pressionar os preços para baixo.

Efeito dominó nos preços: dos ovos à gasolina

Quem frequenta mercados e feiras sabe: o preço dos itens básicos está cada vez mais salgado. Ovos, carne, café e legumes têm pesado no orçamento familiar. Em muitos lugares, uma dúzia de ovos caipiras chega a R$ 17, enquanto uma cartela com 30 ovos pode ultrapassar os R$ 40.

Mas essa realidade pode mudar. Com a imposição de tarifas pelos EUA, os exportadores brasileiros podem encontrar obstáculos para continuar vendendo para os norte-americanos. Um exemplo claro é o setor de ovos, que viu as exportações crescerem mais de 342% em março por causa da alta demanda dos EUA — impulsionada, inclusive, por surtos de gripe aviária no país.

Com a nova taxação, enviar ovos para os Estados Unidos pode se tornar inviável economicamente, forçando a sobra do produto no mercado doméstico. E mais oferta, claro, tende a puxar os preços para baixo.

A briga que joga o Brasil nos braços da China

Enquanto os Estados Unidos endurecem a relação com a China, o Brasil pode acabar se beneficiando. Isso porque a China pode substituir os produtos americanos por commodities brasileiras, como soja, milho e carne.

Ou seja, o país asiático pode aumentar sua demanda pelo agro brasileiro, gerando mais exportações. Isso estimula o agronegócio, melhora a balança comercial e pode até trazer impactos positivos para o câmbio e os preços internos de produtos derivados.

Mas isso vai baixar o preço aqui?

Depende. Economistas explicam que o impacto no consumidor final ainda é incerto e pode variar conforme o produto e a dinâmica do mercado. No caso dos combustíveis, por exemplo, há chance real de redução de preços, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Ele acredita que a instabilidade provocada por Trump nos mercados internacionais — especialmente no petróleo — abre espaço para uma queda nos preços do Brent, o que tende a refletir em combustíveis mais acessíveis no Brasil.

O risco do efeito reverso: inflação e dólar

Apesar dos possíveis alívios pontuais, há também um alerta importante: um ambiente global mais tenso pode gerar efeitos negativos sobre o câmbio e a inflação.

A percepção de risco aumenta, o que pode pressionar o dólar para cima — e como o Brasil importa diversos produtos e insumos, isso pode anular os efeitos positivos da queda de preços em algumas áreas.

Além disso, o custo de financiamento e os juros podem subir, tornando o crédito mais caro e reduzindo o consumo interno, o que impacta o crescimento econômico como um todo.

Celulares e eletrônicos: preços também podem cair

A disputa comercial pode redirecionar produtos chineses para outros mercados, incluindo o Brasil. Isso significa que celulares, notebooks e outros eletrônicos — que seriam taxados nos EUA — podem ter mais oferta por aqui, ajudando a conter ou até baixar seus preços.

Claro, isso depende da política de importação brasileira e da velocidade com que esse excedente chinês é redirecionado.

No dia a dia: o que o consumidor pode fazer?

Enquanto os impactos não são totalmente sentidos, a dica é seguir o exemplo da dona Rita, que com um orçamento mensal de R$ 500 para itens básicos, não abre mão da velha e boa pesquisa de preços.

A dica é clara: acompanhar a movimentação dos preços e aproveitar oportunidades é essencial em tempos de incerteza global.

 O Brasil entre riscos e oportunidades

O tarifaço de Trump reacende a disputa global, mas também cria brechas estratégicas para o Brasil. A depender do comportamento dos mercados, o consumidor pode sentir alívio no bolso, especialmente em produtos de consumo básico. Por outro lado, a volatilidade cambial e o ambiente externo instável exigem cautela.

Enquanto os desdobramentos se desenrolam, o brasileiro segue fazendo o que sabe: equilibrando o orçamento com criatividade e olhos atentos às promoções.

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