Potências Negras: ancestralidade e fortalecimento da educação protagonizam discussões


Potências Negras
“Eu saúdo a minha ancestralidade”. Foi assim que cada uma das protagonistas do evento “Antonietas: Potências Negras” iniciou a fala enquanto eram acompanhadas de olhares atentos e emocionados. Mediadas pela jornalista Carol Fernandes, da NSC, quatro painelistas falaram durante quase duas horas sobre a busca por identidade e os desafios das mulheres negras dentro da sociedade catarinense.
A roda de conversa ocorreu na manhã desta sexta-feira (25) no auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp
A abertura, inclusive, contou com uma apresentação de Joana Santos, atriz que interpretou a jornalista, escritora, heroína da pátria e primeira mulher negra deputada no Brasil no projeto “Pequenos Grandes Talentos” da NSC TV. No manifesto, escrito em parceria com o jornalista da NSC, Edsoul, lembrou a importância de celebrar o poder das mulheres negras e suas histórias.
O evento foi realizado em uma data simbólica: o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
“Este evento acontecer no dia 25 de julho, um dia tão importante para todas nós, e ainda mais no Auditório de Antonietas de Barros, chega a me arrepiar. Estou muito feliz de poder trazer quatro mulheres que são puro movimento. São mulheres que estão ligadas a partir da educação e têm a transformação das suas vidas também a partir dessa educação que receberam”, enfatiza a jornalista Carol Fernandes.
Carol Fernandes, jornalista da NSC TV comandou o painel
Allan Pedro/NSC
Gerente da Educação de Jovens e Adultos de Florianópolis (EJA) e vice-presidente da Associação Mulheres Negras Antonietas de Barros, Sônia Carvalho pontua a importância de tratar o tema nas escolas, principalmente para que as pessoas possam ampliar sobre como a sociedade brasileira se formou.
“A escola é o primeiro lugar onde o racismo se manifesta. E é interessante porque, no Brasil, a gente precisou ter uma lei para dizer que as escolas precisam trabalhar a história africana e afro-brasileira. Ou seja, a história eurocêntrica sempre esteve na escola e a nossa foi preciso ter uma lei para que estivesse. E é importante que a gente possa conhecer as nossas histórias. Então, se a história negra não está ali, a história branca também não está toda contada, porque as histórias se entrelaçam. Esse país foi construído pelo povo preto, branco e indígena, se você deixa de contar a história de um desses povos, você não está contando a história do povo brasileiro”, pontua.
A importância de ser potência dentro das comunidades
Outro ponto abordado durante o painel foi o fortalecimento dos assuntos ligados às pessoas pretas como forma de auxiliar na criação de políticas públicas e também do sentimento de pertencimento, como pontua a escritora, liderança quilombola e educadora, Lu Quilombola:
“É importante ter esse movimento acontecendo porque reconhece o movimento das pessoas que estão fazendo pela luta antirracista, quilombola e da educação específica. É um movimento que fala das pessoas negras, das mulheres negras. Então, é extremamente importante esse reconhecimento das pessoas que estão fazendo as coisas acontecerem nas suas comunidades, na periferia, onde elas estão localizadas. E trazer, principalmente, a minha comunidade que está fazendo movimento, de valorização da cultura, trazendo a oralidade. E eu estou aqui representando a comunidade e aqueles que já fizeram”, reitera.
Lu Quilombola, liderança quilombola e educadora
Allan Pedro/NSC
No entanto, essa abertura de espaços vai além das comunidades. Segundo a comunicadora social e sommeliére de vinhos, Ana Paula Lemos, é preciso que a representatividade esteja presente em todos os ambientes.
“Nós precisamos acessar esses espaços. Então, não basta só representatividade: a gente precisa proteger realmente esse acesso. Estar aqui hoje é um momento muito consciente de reconhecimento e em papel de protagonismo, para além de um momento celebrativo, porque a gente quer que as mulheres acessem esse lugar de protagonismo”, pontua.
O mesmo sentimento é compartilhado por Fabiana de Freitas Silveira, secretária e graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC):
“É importante porque a gente entende que a sociedade nos vê. Nós somos mulheres potentes tanto na educação, como em geral. Nós somos mulheres que trabalhamos em todos os setores e essa visibilidade aqui é em Santa Catarina é muito importante”, completa.
Evento Potências Negras, do movimento Antonietas
Allan Pedro/NSC
Antonietas: Potências Negras
O movimento Antonietas, da NSC, celebrou o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha com um evento especial no dia 25 de julho. “Antonietas: Potências Negras” reuniu quatro mulheres inspiradoras, que dividiram experiências em uma manhã de trocas e bate-papo com mediação da jornalista da NSC Carol Fernandes, no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
Além das conversas, ocorreram apresentações artísticas do Coletivo Pegada Nagô. O evento foi mais uma das ações que marcam um ano do movimento, que já reverberou mais de 400 conteúdos sobre a força da mulher catarinense nas plataformas da empresa.
Estiveram no local trazendo suas histórias de vida, Fabiana de Freitas Silveira (formada em Serviço Social pela UFSC), Sônia Carvalho (gerente da Educação de Jovens e Adultos de Florianópolis e vice-presidente da Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros), Luciane Pereira (escritora, líder quilombola e educadora) e Ana Paula Lemos (comunicadora Social e Sommelière de Vinhos).
Evento Potências Negras, do movimento Antonietas
Allan Pedro/NSC
Antonietas
A NSC estreou o movimento Antonietas, que visa ampliar voz, espaço e visibilidade a mulheres catarinenses que se destacam em suas áreas de atuação.
O movimento inspirado em Antonieta de Barros terá conteúdos em todas as mídias, com múltiplos formatos. Mulher, jornalista, negra, professora e uma das primeiras mulheres a serem eleitas no Brasil, Antonieta teve, entre seus ideais, a emancipação feminina, firmada em 1979.
O movimento tem como foco histórias reais, iniciativas, discussões comportamentais que valorizam a mulher. Os conteúdos poderão ser acompanhados em todos os veículos da NSC.
✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias
Adicionar aos favoritos o Link permanente.