A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) apresentou um recuo de 30% no lucro líquido do segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, impactada pelo aumento de custos e despesas e por investimentos robustos no setor de esgoto.
O resultado marca um contraste com o primeiro trimestre, quando o lucro havia sido impulsionado por efeitos extraordinários relacionados a precatórios. Com a retirada desse fator, o desempenho agora reflete a realidade operacional da companhia.
Principais números do balanço
Indicador (2T25) | Resultado | Variação vs. 2T24 |
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Receita líquida | R$ 1,7 bi | +2,5% |
Custos e despesas | R$ 1,5 bi | +24% |
Lucro líquido | Não divulgado no texto original (queda de 30%) | -30% |
Margem EBITDA | 30% | – |
Margem líquida | 15% | – |
Inadimplência | 0,8% | Estável |
Alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA) | 1,7x | Controlada |
Investimentos (1S25) | R$ 1,1 bi | +26% |
Geração de caixa operacional | R$ 1,4 bi | – |
A receita líquida subiu apenas 2,5% no trimestre, puxada por reajustes tarifários em linha com a inflação e pelo pequeno crescimento no volume faturado. Já os custos e despesas operacionais avançaram 24%, pressionados por insumos e serviços, o que reduziu significativamente a margem e derrubou o lucro.
Apesar da queda nos gastos com pessoal (-10,6% frente ao 2T24), o aumento expressivo em outras despesas operacionais comprometeu a rentabilidade.
Investimentos acelerados no esgoto
No primeiro semestre de 2025, a Sanepar investiu R$ 1,1 bilhão, alta de 26% sobre o mesmo período de 2024. Desse total:
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59% foi destinado à expansão e modernização do tratamento e coleta de esgoto;
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31% para abastecimento de água;
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10% para outros projetos.
O objetivo é atingir 90% de cobertura de esgoto, meta estabelecida pelo governo federal. Atualmente, a empresa já alcança cerca de 82% nesse indicador e mantém 100% de cobertura no fornecimento de água.
Endividamento e fluxo de caixa
Apesar do ritmo elevado de investimentos, a alavancagem financeira permanece em nível confortável, com relação dívida líquida/EBITDA de 1,7x. No entanto, a companhia vem consumindo quase toda a geração de caixa operacional para financiar os aportes, além de arcar com pagamento de juros, dividendos e amortizações de dívidas.
O caixa total caiu de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,4 bilhão no semestre, reforçando a necessidade de novas captações para sustentar o plano de expansão.
Perspectivas e alerta para investidores
No mercado, alguns investidores avaliam a Sanepar como “barata” ao observar um P/L próximo de 4. Porém, ao excluir efeitos não recorrentes, o múltiplo sobe para cerca de 8 vezes, o que indica que a ação não está tão descontada quanto parece.
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