O setor de café especial brasileiro vive um momento de tensão após a entrada em vigor de uma tarifa adicional de mais de 40% sobre o produto exportado aos Estados Unidos. A medida, que afeta diretamente a competitividade do grão brasileiro no mercado americano, já mobiliza produtores, exportadores, cooperativas e entidades representativas.
Renegociação de contratos para reduzir impacto
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSA) informou que diversas operadoras do setor iniciaram negociações para revisar contratos de exportação e operações futuras. O objetivo é encontrar mecanismos que permitam repartir parte das tarifas impostas, evitando que o custo seja repassado integralmente aos consumidores americanos.
Segundo a entidade, essa estratégia inclui a participação de exportadores, produtores e cooperativas, buscando preservar a demanda e evitar perdas significativas na participação do Brasil no mercado premium de café.
Articulação diplomática e institucional
A BSA também destacou que segue em diálogo com o governo brasileiro, autoridades americanas e entidades internacionais para tentar reduzir ou mitigar os impactos da medida. A intenção é defender os interesses do setor cafeeiro nacional e encontrar soluções que mantenham a competitividade do café especial brasileiro.
Importância estratégica do mercado americano
Os Estados Unidos representam um dos principais destinos do café especial brasileiro, conhecido pela qualidade e diversidade de sabores. Com a nova tarifa, o produto pode se tornar mais caro em relação a concorrentes de países que não enfrentam a mesma tributação, abrindo espaço para perda de mercado.
Atualmente, o Brasil é líder mundial na produção e exportação de café, respondendo por cerca de 35% do volume global. O segmento de cafés especiais, embora represente uma fatia menor do total exportado, possui alto valor agregado e é essencial para pequenos e médios produtores.
Enquanto as negociações prosseguem, o setor trabalha para minimizar o repasse dos custos adicionais e preservar contratos já firmados. Caso não haja avanços diplomáticos, especialistas acreditam que o aumento do preço final poderá afetar o consumo nos EUA e impactar toda a cadeia produtiva no Brasil.
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