É possível criar a melhor versão de si mesmo depois dos 60?


Mantenho esse blog desde novembro de 2016. Não consigo estimar o quanto aprendi escrevendo sobre longevidade, além da imensa satisfação de compartilhar informações sobre um tema que nos acompanha do nascimento ao fim da existência. A coluna também se revelou terreno fértil para a produção de livros: lancei “Longevidade no cotidiano – a arte de envelhecer bem” (2020); “Menopausa – o momento de fazer as escolhas certas para o resto da sua vida” (2022); e agora acaba de sair do forno “A vida depois dos 60 – prepare-se para criar a sua melhor versão”.
A vida depois dos 60: é possível apreciar a existência com intensidade ainda maior
Age without limits
Costumo dizer que sou uma curiosa aprendiz de velhice. Quanto mais leio, entrevisto especialistas – e envelheço – mais me interesso pelo assunto. Talvez seja esse o motivo de ter escolhido uma frase do escritor Albert Camus como epígrafe do livro: “No meio do inverno, aprendi enfim que havia em mim um verão invencível”. Pois é exatamente assim que vejo um número cada vez maior de idosos: pessoas que apreciam a vida com intensidade e querem ser protagonistas da própria história.
Somos diversos, porque a velhice se apresenta de maneiras distintas aos 60, 70, 80, 90 ou 100 anos, e não podemos ser rotulados como um grupo uniforme. Somos muitos: em 2018, o mundo registrou, pela primeira vez, mais gente acima dos 64 do que abaixo dos 5 anos. No Brasil, os 60 mais somam 32 milhões, o equivalente a 15.6% da população. O preconceito contra os velhos persiste, mas o ato de envelhecer se empoderou. Há vozes influentes, e influencers, que se esforçam para dar visibilidade a esse estágio da vida. E há também as pessoas comuns, que estão longe dos holofotes, nem colecionam milhares de seguidores em redes sociais, mas que querem viver bem as décadas que têm pela frente.
Nos meus dois livros anteriores, os capítulos iniciais eram dedicados à saúde física. Claro que esse é um tema da maior relevância e está devidamente contemplado em “A vida depois dos 60”, mas, desta vez, resolvi começar pela mente. Angústia, ansiedade, medo e depressão são “cavaleiros do apocalipse” que nos sabotam, nos derrubam e nos mantêm aprisionados num círculo vicioso que nos impede de tomar as decisões necessárias para mudar o que nos prejudica.
Explico como o cérebro solitário fica vulnerável, abordo a dor do afastamento dos filhos, o peso de ser cuidador e como lidar com o luto, um sentimento cada vez mais presente quando se envelhece. Os capítulos dedicados à saúde física são um lembrete de que nosso corpo não é como um carro, que pode ser trocado por um modelo novo. Por isso vale tanto investir em alimentação equilibrada, atividade física, sono – que as pesquisas apontam como uma verdadeira poção mágica – check-ups e vacinas. Há ainda uma parte dedicada à sexualidade, nossa companheira até o fim da existência.
Quando se cruza a marca dos 60, uma boa providência é dar adeus ao antigo eu que cisma em manter você em algum lugar do passado. Pense no que é melhor: olhar pelo retrovisor, com frequência alimentando ressentimentos e uma lista interminável de “e se eu tivesse feito diferente”, ou fazer um pacto consigo para apreciar os anos que tem pela frente? Eu faço um convite: prepare-se para navegar as próximas décadas com leveza. Não abdique dos planos, não pense que é velho demais para colocá-los em prática. O tempo que temos é tão mais extenso que o dos nossos pais que somos os inventores de uma nova era.
Capa do livro “A vida depois dos 60 – prepare-se para criar a sua melhor versão”
Reprodução
A busca pela qualidade de vida depois dos 60 anos
Adicionar aos favoritos o Link permanente.