Painel com especialistas e autoridades discute gestão eficiente de resíduos no Acre: ‘Gerar e propor soluções’


Painel ‘Gestão de Resíduos no Acre’ é parte do projeto Amazônia Que Eu Quero
O painel Gestão de Resíduos no Acre, que é parte da programação do Amazônia Que Eu Quero 2025, reuniu especialistas e autoridades para discutir estratégias na destinação do lixo produzido nos municípios acreanos na noite dessa terça-feira (19). O evento, que ocorreu no auditório da Federação das Indústrias no Acre (Fieac) contou com transmissão do g1. (Veja abaixo)
Os convidados trataram sobre a realidade da gestão de resíduos e possíveis soluções para uma destinação eficiente e menos prejudicial ao meio ambiente. Também foram respondidas perguntas de telespectadores sobre o descarte de lixo e o funcionamento do sistema responsável pelo manuseio dos materiais.
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Painel ocorreu no auditório da Fieac na noite dessa terça-feira (19)
Aline Nascimento/g1
O evento contou com apresentação de Murilo Lima, da Rede Amazônica Acre. Entre os convidados, estiveram:
Diego Leite – Engenheiro sanitário
Kemmil de Araújo Lima – Diretor da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos de Rio Branco
Ricardo Brandão – Secretário de Planejamento do Estado do Acre
O coordenador de projetos da Fundação Rede Amazônica Matheus Aquino ressaltou que, neste ano, o Amazônia Que Eu Quero chegou à sua quarta edição. O painel encerra a etapa acreana do projeto e iniciou nessa segunda-feira (19) com o Canvas de política, realizado com alunos do oitavo período do curso de Direito.
“A gente teve um painel com representantes do governo, da academia, profissionais da área, onde eles levantaram diversas soluções, proposições para a gente consolidar no final do projeto, com as outras soluções dos outros estados. Isto expõe o intuito de a gente gerar e propor soluções para as autoridades, para os governadores, para os prefeitos, para os municípios, então o saldo dessas etapas iniciais da Amazônia que eu quero aqui no Acre é extremamente positivo”, celebrou.
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“A gente tem uma produção de lixo, seja o residencial, seja o que é produzido pelas indústrias, que acabam sendo aproveitados e outros não. E como fazer? O que fazer? Onde colocar? Então a gente tem um aumento populacional, um aumento cada vez maior dessa produção, e esse debate é importante porque ajuda a movimentar políticas públicas para o destino correto e o descarte correto desses resíduos.”, afirmou Flávia Menezes, diretora da emissora.
Assista ao painel ‘Gestão de Resíduos no Acre’
Nova abordagem
Kemmil de Araújo Lima, diretor da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre) de Rio Branco
Reprodução/Rede Amazônica Acre
O diretor da UTRE de Rio Branco, Kemmil de Araujo Lima destacou que, atualmente, a coleta de lixo residencial chega a 100% de cobertura do município. Além do lixo produzido por moradores, as secretarias envolvidas na gestão dos resíduos também trabalham com os materiais descartados pelas indústrias.
Ainda segundo Lima, o município trabalha para implantar uma nova abordagem na coleta seletiva, aquela em que conta com a separação do lixo de acordo com o tipo de material.
“Nós estamos conversando e, inclusive, já temos indicativo de dois bairros para nós estarmos fazendo um projeto piloto pra estruturar nos bairros como nós vamos conversar com os moradores. Porque uma situação muito diferente que nós estamos vivendo hoje é que há 10 anos atrás, quando se falava em coleta seletiva, era o município que levava a coleta seletiva, hoje é o munícipe que pede. Então, isso é um desafio para nós e nós estamos conversando internamente com as outras secretarias para implantarmos esta forma de coleta”, comentou.
Alerta para lixões
Engenheiro sanitário, Diego Leite enfatizou que a forma como os municípios brasileiros têm lidado com os resíduos sólidos causou impactos significativos tanto na preservação ambiental quanto na saúde pública.
Ele chamou atenção para a determinação de encerramento de lixões, como o caso do aterro de inertes de Rio Branco. A desativação do espaço iniciou em 2021, e deve seguir, pelo menos, até o ano que vem.
“Realmente é um debate muito importante, que podemos estar tratando sobre eles, esse resíduo sólido, devemos encerrar os lixões, já vimos estados que realmente resolveram os seus lixões através da forma consorciada, como Alagoas e Pernambuco. Então, que o Acre seja um modelo de estado também que resolva o problema dos seus lixões”, acrescentou.
Engenheiro sanitário Diego Leite ressalta a necessidade de desativar lixões
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Financiamento é desafio
O secretário estadual de Planejamento, Ricardo Brandão, ressaltou que um dos principais entraves para a substituição de lixões por métodos alternativos de gestão de resíduos é o financiamento. Segundo ele, os estados têm se esforçado e buscado apoio junto ao governo federal para a garantia de recursos que permitam a adequação dos serviços.
“Quando você se depara com municípios como Jordão, Santa Rosa do Purus e Marechal Thaumaturgo, tem que ter a construção de soluções muito próprias para aquela região. Então, diante desses desafios é que o governo do estado e o governo federal vêm procurando atuar junto com os municípios no sentido de procurar, construir um diagnóstico para entender qual a dificuldade de cada município e a partir dessa dificuldade buscarmos soluções integradas”, avaliou.
Secretário Ricardo Brandão aponta o financiamento como um dos principais entraves na gestão de resíduos
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Ainda segundo o gestor, o debate foi uma forma de integrar os esforços e saber como cada setor da sociedade pode contribuir para as soluções.
“O estado, além do trabalho de conscientização que é feito pela rede estadual de ensino, hoje também está trabalhando através da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), no plano de educação ambiental, juntamente com o Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), para preparar a população, para preparar nossos jovens e os servidores públicos para uma atuação responsável em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos”, completou.
Sobre o “Amazônia Que Eu Quero”
Criado em 2019, o Amazônia Que Eu Quero é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica e do Grupo Rede Amazônica que promove a educação política por meio da interação entre os principais agentes e setores da sociedade.
A proposta também inclui o levantamento de informações com gestores públicos e a participação ativa da população.
‘Amazônia Que Eu Quero 2025’: assista ao painel ‘Plano B’ sobre reforma tributária
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