A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a extensão de 18 meses do período de exploração do bloco Aram, no pré-sal da Bacia de Santos, fixando o novo prazo de compromissos para 30 de junho de 2029. A decisão dá previsibilidade à campanha e reforça o status de Aram como uma das apostas exploratórias mais estratégicas do país, vista como peça-chave para manter a autossuficiência de petróleo ao longo da próxima década.
Quem são os sócios e como é o contrato
Aram foi arrematado em março de 2020, na 6ª Rodada de Partilha de Produção. A Petrobras é operadora com 80% de participação e a CNOOC Petroleum Brasil detém 20%. A PPSA atua como gestora do contrato de partilha.
Campanha em curso: duas sondas e lâmina d’água de ~1.860 m
Após descobertas de hidrocarbonetos confirmadas em março e maio de 2025, o consórcio perfura dois poços com as sondas Valaris DS-4 e West Auriga, em lâminas d’água próximas de 1.860 metros. O objetivo é caracterizar reservatórios, reduzir incertezas geológicas e acelerar a maturação do projeto rumo a decisões de desenvolvimento.
Qualidade do óleo e próximos marcos técnicos
No poço 3-BRSA-1396D-SPS, foram identificados indícios de óleo de alta qualidade e sem contaminantes. A etapa seguinte envolve delineação para confirmar volumes comercialmente recuperáveis, testes de formação, amostragem e análises de laboratório. Em paralelo, o consórcio pode empregar sísmica avançada e modelagens para otimizar o plano de avaliação e encurtar o caminho até a decisão final de investimento (FID).
Ajustes de cronograma e complexidade técnica
A extensão ocorre após ajustes já realizados no bloco, como a prorrogação do programa de avaliação (PAD Curaçao) até dezembro de 2026, motivada pela complexidade da campanha no pré-sal profundo. O pacote de medidas busca alinhar a agenda técnica a um cenário de perfis de reservatório desafiadores e janelas operacionais no mar aberto.
Por que Aram é estratégico para o Brasil e os sócios
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Segurança de oferta: possíveis volumes em Aram podem compensar o declínio de campos maduros e sustentar a autossuficiência.
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Escala e produtividade do pré-sal: a província segue entregando ganhos de eficiência e ramp-ups mais rápidos que o previsto.
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Portfólio da Petrobras: Aram disputa espaço entre os projetos de alto impacto para a próxima safra de FPSOs.
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CNOOC nas Américas: participação garante diversificação geográfica e exposição a uma província de baixo lifting cost.
Linha do tempo essencial de Aram
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Mar/2020 – Aquisição do bloco na 6ª Rodada de Partilha.
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2024–início de 2025 – Preparação e mobilização para perfuração.
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Mar e maio/2025 – Descobertas no bloco e avanço das atividades.
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Jun/2025 – Ajuste de cronograma do PAD Curaçao até dez/2026.
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Ago/2025 – Extensão de 18 meses do prazo exploratório, novo limite em 30/06/2029.
O que observar a seguir
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Testes de formação (DST) e resultados de análises de óleo.
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Novos poços de delineação, possível sísmica 4D e refinamento do modelo de reservatório.
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Decisão de desenvolvimento condicionada a produtividade, logística, capex, licenciamento e conteúdo local.
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Potencial integração a um futuro sistema de produção do pré-sal, com cronograma, capacidade do FPSO e escoamento de gás.
Pré-sal em aceleração
Enquanto a frente exploratória avança, a produção do pré-sal segue em alta: o maior FPSO do Brasil alcançou capacidade máxima antes do previsto, refletindo a escala e a maturidade operacional da província, ao mesmo tempo em que novos projetos seguem em fase de avaliação — caso de Aram.
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