Ações da Klabin caem forte e dividem opiniões: hora de comprar KLBN11?

A Klabin (KLBN11) viu suas ações recuarem de forma expressiva desde o fim de 2024: uma queda de cerca de 25%, saindo de R$ 4,70 em dezembro para R$ 3,50 em abril de 2025. O movimento acendeu o alerta entre investidores que passaram a se perguntar: “É hora de comprar ou fugir da ação?”

Para responder essa pergunta, é essencial entender os motivos por trás da queda, os novos parâmetros da política de dividendos, o nível de alavancagem, além de avaliar o potencial futuro de geração de caixa e o preço teto projetado da empresa. Vamos aos fatos.

Por que as ações da Klabin caíram tanto?

Queda no preço da celulose

Um dos principais fatores que impactaram a cotação da Klabin foi a desvalorização da celulose no mercado global. Por se tratar de uma commodity, a celulose sofre grande oscilação com base na oferta e demanda mundial — o que afeta diretamente o faturamento da companhia.

Política de dividendos menos generosa

Outro ponto que desagradou o mercado foi a mudança na política de dividendos da empresa. A Klabin reduziu a faixa de pagamento de 15%–25% para 10%–20% do EBITDA ajustado, o que levou a uma reprecificação imediata das ações. Muitos investidores, principalmente os focados em renda passiva, enxergaram essa alteração como um sinal de dividendos ainda mais modestos no curto prazo.

Alavancagem elevada

Mesmo fora de grandes ciclos de investimento, a Klabin estabeleceu uma meta de alavancagem mais alta do que o desejável para empresas com perfil de pagadoras de dividendos. O novo teto é de 3,9x dívida líquida/EBITDA, valor já atingido atualmente. Isso limita o pagamento de proventos até que a companhia reduza seu endividamento.

Klabin segue sólida: fundamentos ainda são fortes

Apesar dos pontos que derrubaram a cotação, a Klabin continua apresentando diferenciais que a colocam como uma das empresas mais resilientes da Bolsa.

Modelo de negócio verticalizado

A Klabin planta suas próprias florestas, produz celulose e fabrica papéis e embalagens. Isso garante maior controle de custos, produtividade elevada e competitividade. Além disso, a empresa tem o título de maior produtividade florestal do mundo, segundo sua apresentação institucional.

Portfólio resiliente e diversificado

A companhia atende setores como alimentação, higiene, fraldas, sacos industriais, embalagens e papelão ondulado. São produtos presentes no dia a dia, com demanda relativamente constante, mesmo em períodos de crise. Esse fator torna a operação menos volátil e ajuda a suavizar os efeitos cíclicos da celulose.

Domínio de mercado

A Klabin detém 60% do mercado brasileiro de Kraftliner, 40% do papel cartão e 51% dos sacos industriais. Esses números mostram a força da empresa em nichos específicos e seu alto market share, dificultando a entrada de concorrentes.

Análise de preço teto e projeção de dividendos

Com base no EBITDA ajustado de R$ 7,3 bilhões em 2024, foram feitos cálculos de yield projetado e preço teto para diferentes cenários de payout:

Cenário de Payout Yield Projetado Preço Teto
10% (pessimista) 3,3% R$ 1,97
15% (conservador) 5% R$ 2,95
20% (otimista) 6,7% R$ 3,95

Com a ação cotada a R$ 3,50, só o cenário otimista justificaria uma compra com margem de segurança. Porém, a Klabin projeta EBITDA de R$ 9,3 bilhões até 2027, considerando a maturação dos projetos Puma II e Figueira.

Nesse caso, com um payout de 20%, o preço teto subiria para R$ 5,00 — o que configuraria uma valorização potencial de quase 40% em relação ao preço atual.

Klabin vale a pena para quem pensa no longo prazo?

Se o investidor está buscando dividendos imediatos, talvez encontre opções mais atrativas no mercado. Mas quem visa crescimento consistente, solidez e resiliência operacional, pode ver em KLBN11 uma ação descontada, com bom potencial de valorização nos próximos anos.

Além disso, a frequência de pagamento da Klabin é alta: foram 5 distribuições em 2024, o que garante fluxo de caixa regular para reinvestimento.

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