Cesta básica em Brusque compromete quase metade do salário mínimo

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada em Brusque por meio de uma parceria do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e Região (Fórum Sindical), do DIEESE e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem (Sintrafite), apontou que o preço da cesta no município fechou julho de 2025 em R$ 691,95. O valor representa queda de 0,46% em relação a junho, mas ainda mantém a cidade na 16ª posição entre as cestas mais caras do país.
Na comparação com julho de 2024, o custo da cesta em Brusque subiu 6,89%. Já na variação acumulada de 2025, a alta é de 5,15%. Os números confirmam a importância do acompanhamento mensal, que permite avaliar tendências de aumento ou redução e, principalmente, os impactos diretos no orçamento da classe trabalhadora.

O vilão e o mocinho de julho
O pão francês foi o grande vilão da cesta em Brusque, com alta de 8,23% em um único mês. Além de ser item de consumo diário, ele figura entre os que mais pesam no orçamento, respondendo por 13,80% do valor total da cesta.
Já a batata, foi a mocinha do mês, com queda expressiva de 40,18% no preço médio. Essa redução ajudou a aliviar, mesmo que de forma pontual, o impacto da cesta no bolso dos trabalhadores.

Produtos em alta e em baixa
O levantamento mostra que sete dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros no último mês: pão (8,23%), tomate (4,06%), óleo (2,33%), leite (2,16%), açúcar (0,70%), café (0,39%) e carne (0,22%).
Outros seis itens tiveram queda nos preços, com destaque para a batata (-40,18%). Também recuaram feijão (-2,36%), arroz (-2,18%), farinha de trigo (-1,73%), manteiga (-1,50%) e banana (-0,43%).
Mesmo com a leve redução no mês, o trabalhador de Brusque, remunerado com o salário mínimo de R$ 1.518,00, precisou trabalhar 100 horas e 17 minutos para garantir a alimentação básica de um adulto em julho. Em junho, o tempo necessário havia sido de 100h45min e, em julho de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário era de 100h51min.
Quando considerada a renda líquida — já descontada a contribuição da Previdência — a cesta comprometeu 49,28% do salário mínimo em julho. No mês anterior, o percentual foi de 49,51% e, há um ano, de 49,56%.

A importância da pesquisa em Brusque

A presença de Brusque na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos garante que a realidade local esteja registrada em um dos principais indicadores de custo de vida do Brasil.
Para o coordenador do Fórum Sindical, Izaias Otaviano, o levantamento é resultado de um esforço conjunto que fortalece a representação dos trabalhadores.
“Ter Brusque incluída na pesquisa é uma conquista coletiva. Esses dados mostram com clareza como o custo da alimentação pesa na vida dos trabalhadores e dão base concreta para reivindicar reajustes salariais, negociar melhores condições e cobrar políticas públicas que garantam dignidade às famílias”, complementa.

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