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A Milícia montou centros de registro em praças e prédios militares e públicos, entre eles o palácio presidencial, em Caracas. “Você já serviu antes?”, perguntou uma miliciana uniformizada a Óscar Matheus, que aguardou pacientemente na fila.”Estou aqui para servir ao nosso país”, disse à AFP esse auditor, 66. “Não sabemos o que pode acontecer, mas temos que nos preparar e continuar resistindo.”“A pátria nos chama, o país precisa de nós”, expressou Rosy Paravabith, 51.’Viva a pátria!’
Venezuelanos querem manter a soberania nacional
| Foto: JUAN BARRETO / AFP
Batizadas de bolivarianas por Chávez, as Forças Armadas venezuelanas não escondem sua politização. “Chávez vive!” é hoje sua saudação oficial.Não está claro quantos efetivas essas forças contam. Em 2020, eles possuíam cerca de 343 mil membros, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), um tamanho semelhante ao do México (341 mil) e superado na América Latina apenas pelo Brasil (762 mil) e Colômbia (428 mil). No entanto, Maduro afirmou nesta semana que, só a Milícia, contava com mais de 4,5 milhões de soldados.”Estou me alistando pela Venezuela, viva a pátria!”, gritaram voluntários após se registrarem. Policiais e milicianos da reserva compareceram para reafirmar seu compromisso.Do Quartel da Montanha, pode-se observar Caracas em sua totalidade. Trata-se de um antigo museu militar onde Hugo Chávez coordenou sua tentativa de golpe de Estado em 1992.Uma vez registrado, os voluntários passam para uma sala onde é exibido um documentário sobre o bloqueio imposto por nações europeias à costa venezuelana entre 1902 e 1903, após a recusa do então presidente, Cipriano Castro, em pagar a dívida externa.Na sala seguinte, parte do armamento está exposta. Um tenente do Exército explica, em linguagem técnica, o alcance e o espaço onde cada arma pode ser usada, e com qual objetivo.’Imoral, criminosa e ilegal’
Multidão fez fila para tentar se alistar às forças armadas
| Foto: JUAN BARRETO / AFP
Os Estados Unidos já enviaram tropas para o Caribe. Mas, desta vez, isso coincide com o aumento da recompensa por Maduro e com a acusação de que ele recebeu de liderança um suposto grupo de narcotráfico batizado do Cartel dos Sóis, que o presidente americano classificou como organização terrorista.Maduro afirma que a mobilização é “imoral, criminosa e ilegal” e busca “uma mudança de regime”.Nas ruas da Venezuela, o tema surge em meio a piadas e preocupações, embora especialistas considerem distante o cenário de uma operação direta dos Estados Unidos contra o país.“Vamos defender esta pátria até o nosso último suspiro”, afirmou o ministro da Defesa, Vladimir López, ao canal estatal VTV.A oposição pediu que a população não se aliste. Mas, nas filas, havia voluntários de todas as idades. “Quero treinar para defender a pátria”, disse Jesús Bórquez, 19.“Sei que, por causa da minha idade, não vou pegar em um fuzil, mamaira Hernández, 78 anos.