Bolsa americana dispara com perspectiva de corte de juros e apoio do governo à Intel

Na última sexta-feira (22), a bolsa americana registrou uma forte alta após declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que reacenderam as expectativas de redução da taxa de juros nos Estados Unidos ainda em setembro de 2025. A combinação de inflação controlada, leve aumento do desemprego e projeções otimistas para o crescimento econômico animou o mercado, resultando em ganhos expressivos nos principais índices, especialmente no S&P 500.

FED SINALIZA CORTE EM SETEMBRO E MERCADO RESPONDE

A inflação nos EUA acumulou 2,7% em julho, levemente abaixo da expectativa de 2,8%, o que reforçou o sentimento de que a política monetária está surtindo efeito. Powell destacou que “as condições estão melhorando” e que cortes nas taxas podem ser justificados “caso o cenário continue a evoluir positivamente”.

Antes do anúncio, a expectativa de corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fed havia caído para 70%, mas após as falas do presidente da instituição, voltou a subir para 83%. A decisão será anunciada em 17 de setembro, data já considerada um divisor de águas para os rumos da economia americana em 2025.

INTEL RECEBE INVESTIMENTO DIRETO DO GOVERNO

Outro fator relevante foi o anúncio de que os Estados Unidos assumiram oficialmente uma participação de 10% na Intel, em um movimento estratégico para fortalecer a produção doméstica de semicondutores. A empresa, que perdeu competitividade frente a gigantes como Nvidia e TSMC, está construindo uma nova fábrica no país com apoio de US$ 2 bilhões do SoftBank e, agora, com suporte direto do governo americano.

A ação da Intel subiu 5,5% no dia e acumula alta de 22% no ano, embora ainda esteja longe de recuperar os patamares de 2021.

S&P 500 ACUMULA ALTA DE 30% DESDE ABRIL

Com a recuperação da confiança do investidor, o índice S&P 500 subiu mais de 2% na sexta-feira, revertendo a queda de 1% observada durante a semana. No acumulado de 2025, o índice já sobe quase 10%, e desde a mínima registrada em abril, acumula valorização superior a 30%.

TECNOLOGIA E SETOR FINANCEIRO LIDERAM LUCROS

O segundo trimestre de 2025 trouxe resultados acima das expectativas para diversos setores, com destaque para tecnologia, finanças e serviços. As chamadas “Sete Magníficas” — Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Nvidia, Meta e Tesla — seguem sendo as favoritas dos fundos de investimento, representando 40% do valor de mercado do S&P 500 e 32% do lucro por ação.

A valorização dessas gigantes, no entanto, tem elevado o múltiplo preço/lucro para 28x, bem acima da média histórica de 20x, o que acende um alerta para possíveis sobrevalorizações.

EXPECTATIVAS PARA 2026 E 2027 SEGUEM OTIMISTAS

Segundo projeções do JPMorgan, o lucro das empresas americanas continuará crescendo nos próximos anos, sustentando a tese de valorização da bolsa. A expectativa é de que o crescimento siga forte em 2026 e se mantenha elevado, ainda que moderado, em 2027.

WARREN BUFFETT APOSTA EM SAÚDE

O megainvestidor Warren Buffett, por meio de sua holding Berkshire Hathaway, vendeu parte de suas ações da Apple e do Bank of America, e encerrou completamente sua posição na T-Mobile. Em contrapartida, investiu US$ 1,5 bilhão na UnitedHealth, aproveitando a forte queda das ações da companhia de saúde, que acumulam desvalorização de até 60% nos últimos meses.

DÓLAR VOLTA A R$ 5,42 COM CLIMA OTIMISTA

O dólar encerrou a semana em R$ 5,42, com queda significativa na sexta-feira impulsionada pelo alívio no mercado após o discurso do Fed. A moeda americana chegou a ser cotada a R$ 5,50 durante a semana, influenciada por tensões geopolíticas e incertezas fiscais. Segundo o analista Leo Fittipaldi, “dólar caro é o dólar que a gente ainda não comprou”.

INVESTIR NOS EUA AINDA COMPENSA, MESMO COM APORTES PEQUENOS

Apesar das valorizações recentes, analistas afirmam que ainda há oportunidades para investidores brasileiros nos EUA, inclusive para quem aporta valores menores. A recomendação é manter entre 16% e 100% da carteira dolarizada, conforme o perfil de risco. “Não existe regra que proíba o pequeno investidor de começar a investir no exterior.

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