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Até então, fatores como sedentarismo e obesidade eram apontados como principais causas. O achado em corredores de alta performance, portanto, desafia explicações tradicionais e reforça a necessidade de novas pesquisas.“Você nunca quer dar às pessoas uma desculpa para não se exercitarem. Mas acredito que o exercício extremo pode aumentar o risco desse câncer”, afirmou Cannon, que também já correu a Maratona de Nova York.Possíveis causas e hipóteses médicasEntre as hipóteses levantadas, está o impacto da inflamação crônica no corpo de corredores de longa distância. Durante provas intensas, o fluxo sanguíneo é desviado do cólon para os músculos, podendo causar lesões temporárias no intestino. A repetição desses danos, segundo especialistas, pode favorecer mutações celulares.Outra explicação considerada é o mascaramento de sintomas. Atletas muitas vezes atribuem sinais como diarreia, cólicas ou presença de sangue nas fezes ao chamado “trote do corredor”, sem investigar causas mais sérias.“Isso nos mostra que há um sinal importante aqui. Não esperaríamos taxas tão altas de adenomas de risco nessa faixa etária”, avaliou David Lieberman, professor emérito da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon.O recado para quem corre longas distânciasApesar dos resultados preocupantes, médicos reforçam que não há motivo para abandonar a prática esportiva. O exercício segue sendo aliado contra várias doenças, inclusive o câncer.O alerta é para atenção redobrada aos sinais do corpo e adesão às triagens médicas. “Não diria às pessoas para pararem de correr; eu diria para correrem. Mas isso reforça a importância de ouvir seu corpo”, afirmou Eric Christenson, oncologista da Johns Hopkins.