O fundo imobiliário KNCR11 segue como um dos maiores e mais relevantes do setor de crédito privado no Brasil, acumulando quase R$ 10 bilhões em patrimônio após sua última emissão. Em agosto, a distribuição surpreendeu o mercado: foram R$ 1,35 por cota, acima da média registrada nos meses anteriores. O movimento reflete a estratégia do gestor em “preparar a casa” para novas ofertas, fortalecendo ainda mais a posição do fundo no mercado.
Enquanto isso, os investidores acompanham de perto as movimentações da taxa Selic. Mantida em 15% ao ano pelo Banco Central, a expectativa é que os primeiros cortes ocorram já no início de 2026, caso a inflação siga dentro da meta estabelecida.
O desempenho recente do KNCR11
Pagamentos acima da média
O fundo distribuiu R$ 1,35 por cota em julho, resultado impulsionado pelo elevado patamar da Selic e por um mês com mais dias úteis. O rendimento superou a geração de caixa, que chegou a R$ 1,39 por cota, mostrando que ainda havia espaço para uma distribuição maior — o gestor preferiu segurar parte do resultado para fortalecer a reserva.
Estrutura robusta
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Patrimônio líquido: cerca de R$ 7,8 bilhões antes da última emissão, devendo se aproximar de R$ 10 bilhões com a nova oferta.
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Alocação: 62% do patrimônio em operações atreladas ao CDI, com spread médio de CDI + 2,24%.
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Diversificação: exposição a empresas de setores variados, incluindo o financiamento ao grupo varejista Muffato (Sul do Brasil) e operações com o fundo de shoppings CPSH, da Capitânia.
Taxa de administração
O fundo cobra 1% ao ano, valor considerado dentro da média para fundos de crédito, especialmente para sua escala de atuação.
Selic: até quando no patamar de 15%?
O Banco Central manteve a Selic em 15% por duas reuniões consecutivas. Historicamente, períodos de juros nesse nível duram cerca de 6 a 12 meses, segundo estudos sobre ciclos anteriores desde os anos 2000. Isso significa que o Brasil pode estar próximo do fim do atual ciclo de aperto monetário.
Projeções de mercado
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Meta de inflação: 3%, com banda de tolerância até 4,5%.
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Inflação acumulada em 12 meses (Focus): deve encerrar 2025 próxima da meta, abrindo espaço para cortes já no 1º trimestre de 2026.
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Boletim Focus: aponta inflação de 4,2% em 2026 e recuo gradual até 2027.
Se confirmado, o ciclo de queda da Selic terá impacto direto nos fundos de papel como o KNCR11, que hoje se beneficiam dos juros elevados.
Impactos da Selic na estratégia do KNCR11
Curto prazo: ganhos ainda robustos
Enquanto a Selic permanecer em 15%, o fundo seguirá entregando dividendos elevados, sustentados pelas operações indexadas ao CDI. A expectativa é que os rendimentos fiquem acima da média histórica até pelo menos o fim de 2025.
Médio prazo: adaptação ao corte de juros
Com a provável redução da Selic em 2026, os dividendos tendem a diminuir. No entanto, o KNCR11 tem reserva de caixa, operações compromissadas e diversificação, o que deve suavizar o impacto. Além disso, a gestão deve reposicionar parte do portfólio para manter a atratividade no novo cenário.
O que esperar da nova emissão
A nova oferta deve consolidar o KNCR11 como um dos maiores fundos de crédito imobiliário do Brasil, aproximando o patrimônio de R$ 10 bilhões. Parte dos recursos será usada para recomprar compromissadas e fortalecer a carteira, mantendo a liquidez elevada.
O pipeline de operações inclui novas oportunidades de crédito corporativo, reforçando a estratégia de diversificação e proteção contra inadimplência.
Vale a pena investir no KNCR11 agora?
Para investidores que buscam renda passiva imediata, o KNCR11 continua atrativo no curto prazo, com dividendos elevados sustentados pela Selic em alta. No médio prazo, é preciso considerar a provável queda da taxa básica de juros e o impacto nos rendimentos futuros.
Por outro lado, a escala, diversificação e liquidez do fundo o tornam um dos players mais resilientes do mercado de FIIs de papel. Mesmo com a Selic em queda, a gestão tem mostrado capacidade de adaptação e consistência na entrega de resultados.
O KNCR11 segue sólido, com distribuição acima da média e expectativa de crescimento patrimonial. O cenário macroeconômico indica que a Selic deve começar a cair já no primeiro trimestre de 2026, mas o fundo deve continuar relevante e rentável, ainda que com ajustes no nível de dividendos.
Para quem pensa em longo prazo, o KNCR11 continua sendo uma peça estratégica dentro de uma carteira diversificada de fundos imobiliários.
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