Interconexão Creta-Ática será uma das mais profundas do mundo

A Grécia atingiu um marco histórico em sua infraestrutura energética com a conclusão da fase de testes da interconexão elétrica Creta-Ática, o maior projeto de transmissão de eletricidade já realizado no país. A obra, que demandou mais de € 1,1 bilhão em investimentos, liga a região continental da Ática à cidade de Heraklion, na ilha de Creta, por meio de uma sofisticada estrutura de cabos submarinos de corrente contínua de alta tensão (HVDC).

Transmissão recorde e segurança energética

Com capacidade de 1.000 MW, a interligação é considerada uma das três interconexões mais profundas do mundo, ocupando posição de destaque por sua complexidade técnica e capacidade de fornecimento energético a sistemas insulares. O projeto garante segurança energética a Creta, ao mesmo tempo que elimina a dependência de usinas poluentes locais, permitindo seu desligamento gradual.

A empresa francesa Nexans foi responsável por metade do sistema HVDC, enquanto a italiana Prysmian forneceu a outra metade, além de dois cabos submarinos de telecomunicações. A construção foi liderada pela Ariadne Interconnection, subsidiária da operadora grega IPTO (Independent Power Transmission Operator), também conhecida como ADMIE.

Conclusão da fase de testes e próximos passos

A operação do sistema teve início em 24 de maio de 2025, entrando em uma fase de testes programada para durar três meses durante o verão europeu. No dia 26 de agosto, o IPTO anunciou a conclusão bem-sucedida dessa etapa, validando a capacidade de fluxo bidirecional de energia sob condições reais de operação. Com isso, o sistema entrou em funcionamento contínuo e será oficialmente integrado ao mercado energético grego dentro de dois meses.

Impactos ambientais e integração ao mercado

Além de promover a integração de Creta ao mercado elétrico unificado da Grécia, o projeto trará benefícios significativos para o meio ambiente, com a estimativa de redução anual de 500 mil toneladas de CO₂. A transição energética viabilizada pela interconexão também contribuirá para o cumprimento das metas climáticas do país e da União Europeia.

O projeto conta com cofinanciamento de programas europeus: o “Infraestruturas de Transportes, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável” (QREN 2014–2020) e o “Ambiente e Alterações Climáticas” (QREN 2021–2027), com aporte conjunto de até € 535,5 milhões.

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