A matriz energética do Japão viveu uma mudança histórica em 2025. Pela primeira vez, a geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis caiu para menos de 60% do total, segundo o centro de estudos de energia Ember, citado pela Reuters. A queda reflete o aumento da participação de fontes de baixo carbono, como nuclear e renováveis, e representa um marco na estratégia de descarbonização do país.
Reabertura gradual das usinas nucleares
Após o desastre de Fukushima em 2011, o Japão reduziu drasticamente a operação de seus reatores. Naquele ano, a energia nuclear respondia por 30% da matriz elétrica; atualmente, representa menos de 10%. No entanto, o governo japonês planeja ampliar essa fatia para 20% até 2040, apostando na nuclear como peça-chave para reduzir a dependência das importações de gás natural liquefeito (GNL), carvão e petróleo bruto.
Avanço da energia solar e renováveis
O protagonismo da energia solar é outro destaque. Desde 2010, sua geração aumentou 25 vezes, colocando o Japão como uma das nações líderes no setor. Além disso, a produção de bioenergia mais que dobrou em 15 anos. A energia eólica também avança, mas em ritmo mais lento, enfrentando obstáculos de financiamento e infraestrutura.
O foco do país está na expansão da eólica offshore. O governo estabeleceu metas de 10 GW de capacidade instalada até 2030 e de 30 a 45 GW até 2040. Três leilões já foram realizados, mas desenvolvedores internacionais enfrentam dificuldades diante do aumento global dos custos e de gargalos na cadeia de suprimentos.
Contexto global e segurança energética
Como integrante do G7 e com forte dependência de importações, o Japão vê na transição energética um caminho não apenas para cumprir metas climáticas, mas também para reforçar sua segurança energética. A combinação de maior uso de energia nuclear e expansão das renováveis se torna estratégica para diminuir riscos externos e reduzir vulnerabilidades da economia.
A tendência registrada em 2025 indica que o país deve manter o ritmo de substituição de fósseis por alternativas de baixo carbono, consolidando-se como um dos principais exemplos globais de adaptação energética em meio a desafios climáticos e geopolíticos.
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