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Para Sérgio Machado, trazer o filme para o uma pré estreia especial em sua cidade natal tem um peso imenso de representatividade”Lançar em casa é uma tensão maior. Você quer que os baianos se identifiquem, mas é como se agora fosse a coroação inteira. De um processo que foi muito bonito e muito rico, abençoado por Xangô e por esses três obás maravilhosos”, pontua o diretor em entrevusta ao A TARDE em entrevista concedida ao A TARDE pouco antes do começo do filme no Cine Glauber Rocha. MENSAGEM CONTRA A INTOLERÂNCIAEm um momento da história brasileira no qual é de suma importância lutar contra a intolerância religiosa, “3 Obás de Xangô” cumpre, com sua reflexão, um papel essencial. “Essa história me diz muito respeito porque a minha mãe, que era do Candomblé, que era uma liderança na militância contra a intolerância religiosa”, relembra Sérgio. “Eu frequento as caminhadas desde muito criancinha. E através da minha mãe, eu frequentei muito os Candomblés e saía em blocos áfricos desde criança. Minha mãe lutava. Era uma causa da vida dela. De certa forma, eu me sinto levando isso adiante. É um filme também de resistência. Estamos vivendo um momento difícil de intolerância e tem uma coisa que me marcou nesse lançamento que para mim foi curiosa, porque trata-se de um filme sobre resistência por um lado e sobre afeto pelo outro”, destaca o cineasta. Também presentes na noite especial de pré estreia de “3 Obás de Xangô” no Cine Glauber estavam autoridades da religião do Candomblé e que puderam atestar essa importância do trabalho realizado por Sérgio Machado na construção do tom reflexivo do filme. Para Mameto Kamurici da Gomeia , que é Mameto do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia, em Portão. Neta de sangue, filha espiritual e sucessora da Mãe Mirinha de Portão, ela conversou com A TARDE abordando essa importância do filme de Machado como um peça de resistência. “Jorge Amado tinha uma relação muito próxima com Mãe Mirinha de Portão, que é a fundadora do terreiro São Jorge. Ele era filho da Gomeia. Ia para lá todo o final de semana e tinha uma relação forte com o nosso terreiro. No filme, Jorge Amado cita a Mãe Mirinha de Portão. Ela também está no livro dele. Ela fez vários filmes, também, como “Tenda dos Milagres” e “Pastores da Noite”, que foi filmado lá na Gomeia. Então, nesse momento de extrema intolerância, de racismo religioso, institucional, estrutural, isso tufo é importantíssimo. Esse tipo de documentário é algo paracelebrar”, afirma Mameto Kamurici. REVISITA DE MEMÓRIAS AFETIVASLigada diretamente ao filme, uma vez que seu pai, o artista plástico Carybé é um dos três símbolos pilares destacados por Sérgio Machado, Solange Bernabó, também conhecida como Solange Carybé, pôde observar uma das principais características do filme de forma presencial, ao relembrar no papo com o A TARDE, as visitas de Jorge Amado e Dorival Caymmi à sua casa. “O interessante deste filme e destas imagens, cuja maioria eu não conhecia, está justamente em trazê-los à vida não só religiosamente, mas, também , como pessoas simples, como amigos. É um filme muito leve que destaca a relação deles como uma relação de amor e amizade. Destaca a relação deles com o Candomblé, também, que é uma relação de amor e de respeito e dedicação. Esse filme não tem uma solenidade. São eles como amigos”, pontua Solange. Ao ser arguida acerca de suas lembranças de juventude, quando os três Obás se reuniam na casa de seu pai, Solange desta a simplicidade de uma amizade. “Em casa, era o tempo inteiro assim, brincando e tal. Não existia somente a conversa intelectual, de ficar falando sobre religião, sobre a arte, sobre a religião. Não que eles não falasse sobre isso. Eles falavam, mas era mais a coisa da amizade, da alegria, do relacionamento e do encontro. Eu acho que o filme traduz muito bem isso”, contempla a filha de Carybé. Sérgio Machado, antes de precisar encerrar a entrevista para poder apresentar o filme nas salas lotadas do Cine Glauber Rocha, relembra a ajuda fundamental do cineasta João Moreira Salles. “Partimos de um ponto de partida maravilhoso que foi quando o João, ao saber que eu ia fazer um filme sobre os três, me deu um material que ele tinha filmado há 30 anos. Era um material em película, fotografado pelo Walter Carvalho. Mais de 30 horas de material com p Jorge Amado. Ele pegou e me disse: ‘ É todo seu. Faz o que você quiser’. Então o filme é todo marcado por momentos de afeto. É um material que faz muita diferença no filme, que é um momento com o Jorge muito à vontade. São aqueles momentos em que ele fica brincando com o Carybé. Aquilo tudo já veio de presente”, comemora o cineasta. e se despede para saudar os três Obás nas telas do templo do cinema baiano. “3 Obás de Xangô”Direção: Sérgio MachadoRoteiro: Sérgio Machado, Gabriel Meyohas, Joselia Aguiar e André Finotti Produtora: Coqueirão PicturesCoprodutoras: Janela do Mundo, Globo Filmes e GloboNewsProdução: Diogo DahlCoprodução: Claudia Lima Produção executiva: Maria Fernanda MiguelDireção de fotografia: Toca SeabraMontagem: André FinottiSom: Priscila Alves e Dudoo CaribeCom a participação de: Jorge Amado, Dorival Caymmi, Carybé, Camafeu de Oxóssi, Mãe Stella de Oxóssi, Gilberto Gil, Muniz Sodré, Gildeci Leite, Balbino Daniel de Paula, Ayrson Heráclito, Tiganá Santana, Maria Lúcia de Santana Neves, Solange Bernabó, Paloma Amado, Lázaro Ramos, João Jorge, Itamar Vieira Jr., Goli Guerreiro, Dori Caymmi, Danilo Caymmi.Patrocinador: Global Participações em EnergiaDistribuição: Gullane+
| Foto: José Simões/Ag A TARDE
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| Foto: José Simões/Ag A TARDE
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