Em um cenário onde 60% da população brasileira vive com um salário mínimo, muitos investidores buscam uma alternativa que permita conquistar essa mesma quantia sem precisar trabalhar diariamente. Receber R$ 1.412 por mês — o valor atual do salário mínimo em 2025 — através de fundos imobiliários (FIIs) é uma meta cada vez mais comum entre aqueles que almejam liberdade financeira ou, ao menos, uma renda extra para reforçar o orçamento.
Mas, afinal, quanto você precisa investir em fundos imobiliários para alcançar esse valor mensal? A resposta varia de acordo com o tipo de fundo escolhido e o dividend yield (rendimento anual em relação ao valor investido) de cada ativo.
Cenários para alcançar um salário mínimo com FIIs
Antes de mergulharmos nos números, vale entender que o rendimento dos FIIs pode oscilar, e o valor exato a ser investido depende do perfil da carteira — se ela é composta por fundos de papel (que investem em títulos de dívida) ou de tijolo (que investem em imóveis físicos).
1. Fundo de papel com alto dividend yield
Tomemos como exemplo o fundo de papel ABT11, que investe em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Com um dividend yield anual de aproximadamente 15,69% e cota na casa dos R$ 75, seria necessário investir cerca de R$ 116 mil para gerar R$ 1.412 por mês.
Resumo:
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Fundo: ABT11 (papel)
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Dividend yield: 15,69% ao ano
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Investimento necessário: R$ 116 mil
Esse tipo de fundo se destaca pela alta distribuição mensal, mas com baixa valorização da cota ao longo do tempo, já que grande parte do lucro é repassada aos cotistas.
2. Fundo de Tijolo com potencial de valorização
Já o fundo de tijolo HGLG11, focado em imóveis logísticos, possui um dividend yield médio de 8,63% ao ano. Para alcançar os mesmos R$ 1.412 mensais, seria necessário investir cerca de R$ 210 mil.
Resumo:
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Fundo: HGLG11 (tijolo)
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Dividend yield: 8,63% ao ano
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Investimento necessário: R$ 210 mil
Embora ofereça um rendimento menor, o HGLG11 tende a se valorizar mais ao longo do tempo, graças à correção de contratos de aluguel pela inflação e potencial de crescimento do setor logístico.
A importância da diversificação
Investir exclusivamente em fundos de papel ou tijolo pode limitar suas possibilidades. Uma carteira bem balanceada, combinando ambos os tipos, permite equilibrar rendimento imediato com crescimento patrimonial.
3. Carteira Equilibrada: Papel + Tijolo
Considerando uma carteira com 50% em fundos de papel e 50% em fundos de tijolo, a rentabilidade média anual estimada é de 12,16%, equivalente a aproximadamente 1% ao mês. Nesse cenário, o valor total necessário para garantir um salário mínimo mensal seria de cerca de R$ 140 mil.
Resumo:
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Composição: 50% papel + 50% tijolo
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Rentabilidade média: 12,16% ao ano
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Investimento necessário: R$ 140 mil
Essa abordagem oferece o melhor dos dois mundos: dividendos regulares e potencial de valorização das cotas, ajustando-se ao perfil de quem busca estabilidade e crescimento do patrimônio.
Papel vs. Tijolo: entenda as diferenças
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Fundos de Papel: Investem em CRIs, possuem alta distribuição mensal, mas pouca valorização das cotas. O rendimento é mais previsível, porém, perde poder de compra com o tempo devido à inflação.
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Fundos de Tijolo: Aplicam em imóveis físicos (logística, shoppings, lajes corporativas), oferecem rendimento mais modesto, mas acompanham a valorização imobiliária e reajustes inflacionários.
Por que diversificar?
A diversificação reduz o risco de exposição a apenas um segmento e melhora o desempenho da carteira ao longo do tempo. Enquanto os fundos de papel garantem fluxo de caixa imediato, os de tijolo protegem o patrimônio contra a inflação e oferecem valorização.
Estratégia de reinvestimento: o caminho para crescer
Na fase inicial, reinvestir os rendimentos é essencial para acelerar o crescimento do patrimônio. Com o tempo, esse efeito bola de neve permite que o investidor passe de um salário mínimo mensal para dois, três ou até mais, sem necessidade de novos aportes significativos.
Na fase de usufruir a renda, parte dos dividendos pode ser reinvestida para manter o poder de compra frente à inflação, enquanto o restante se converte em renda passiva.
Conquistar uma renda mensal equivalente a um salário mínimo através de fundos imobiliários em 2025 é uma meta totalmente viável, desde que haja planejamento, disciplina e uma carteira diversificada. Fundos de papel e tijolo, combinados estrategicamente, oferecem uma solução robusta para quem busca tanto rendimento quanto crescimento patrimonial.
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