O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), enfrenta um momento decisivo em Brasília, com fortes indícios de que pode deixar o governo nesta sexta-feira. Aliados próximos do ministro revelaram que ele deve pedir demissão em reunião marcada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante do que classificam como um intenso processo de “fritura interna”.
Motivos do desgaste interno
Segundo interlocutores do PDT, partido presidido por Lupi, o ministro sente-se cada vez mais isolado e desgastado dentro do governo Lula. O ápice do conflito teria sido a recente nomeação, feita diretamente pelo presidente, de Gilberto Júnior para a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem consulta prévia a Lupi. O gesto teria sido interpretado pelo PDT como um claro sinal de que a posição do ministro já estava profundamente abalada.
Integrantes do PDT, em conversas reservadas, afirmaram que o ministro já não possui condições de continuar à frente da pasta, destacando que a demissão seria o único caminho digno. Por outro lado, fontes do Palácio do Planalto afirmam categoricamente que Lula já decidiu pela demissão, indicando que o anúncio formal pode ocorrer ainda hoje.
Consequências políticas para o governo Lula
Caso Carlos Lupi seja realmente demitido, a crise pode ter reflexos diretos na base de apoio do presidente no Congresso Nacional. Deputados do PDT ameaçam abandonar o bloco governista caso não consigam indicar um substituto para o cargo, o que fragilizaria ainda mais a articulação política do governo em um momento sensível, marcado por desgastes internos e pressões externas.
Críticas à lentidão na decisão
A demora do presidente Lula em tomar uma decisão definitiva sobre Lupi tem gerado críticas não apenas da oposição, representada pelo líder do PL, deputado Sênes Cavalcante, mas também internamente, entre aliados do próprio governo. Ministros próximos, incluindo Alexandre Padilha (Secretaria de Comunicação), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), já haviam defendido uma solução rápida desde a deflagração das denúncias que envolvem o ministro da Previdência.
Implicações para o PDT e possível independência
Fontes internas da cúpula do PDT ressaltam que, caso Lupi seja afastado e o partido não consiga emplacar outro nome no governo, a legenda deve adotar uma postura de independência no Congresso. Isso significa abandonar o apoio ao presidente Lula, mas sem se alinhar à oposição liderada pelo PL e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O cenário também evidencia divisões internas no PDT. Um grupo próximo a Carlos Lupi sempre defendeu a aliança com Lula, enquanto outra ala, liderada pelo ex-ministro Ciro Gomes, defende uma candidatura própria para a eleição presidencial de 2026.
Próximos passos e expectativas
O clima em Brasília é de tensão total. Os próximos passos dependerão diretamente do resultado da reunião entre Lula e Lupi. Enquanto aliados do ministro defendem uma saída honrosa por meio de um pedido voluntário de demissão, o Planalto parece decidido a demitir o ministro, consolidando uma ruptura que promete afetar a dinâmica política interna do governo e do PDT.
A situação permanece incerta e qualquer anúncio oficial será decisivo para o rumo político do governo e do partido de Carlos Lupi nas próximas semanas.
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