O fundo agro RZTR11 (Riza Terrax), um dos principais Fiagros do mercado, vive um momento de valorização impulsionado pela combinação de safra recorde no Brasil, estabilidade no pagamento de dividendos e reflexos positivos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em abril, a cota rompeu a barreira dos R$ 90, enquanto o fundo manteve a distribuição mensal de R$ 1,50 por cota, o equivalente a mais de 1% ao mês, com constância observada nos últimos três meses.
Fundado em 2020 e livre de inadimplência
O RZTR11 tem se consolidado como uma das opções mais seguras entre os Fiagros. Com patrimônio líquido próximo de R$ 2 bilhões, 22 propriedades rurais arrendadas e cerca de 140 mil cotistas, o fundo opera desde outubro de 2020 sem registrar qualquer problema relevante de inadimplência — um diferencial expressivo em um setor marcado por volatilidade, especialmente entre 2023 e 2024.
Além disso, o fundo tem apresentado melhora progressiva em seus contratos. A taxa média de arrendamento, que girava em torno de 12% a 13%, subiu para 15% nas últimas emissões, refletindo melhor precificação dos ativos e maior rentabilidade.
Desempenho das culturas e clima favorável impulsionam resultados
Segundo o relatório mais recente, a colheita da soja e o plantio do milho safrinha estão em ótimo ritmo em diversas regiões produtoras, como Mato Grosso, Goiás, Piauí, Maranhão e Tocantins. Mesmo em áreas com menor incidência de chuvas, como o Paraná, os impactos foram considerados limitados. A estimativa para a safra atual é de produtividade recorde, o que favorece os arrendatários do fundo e garante fluxo financeiro estável ao RZTR11.
Nos dois anos anteriores, o cenário foi o oposto: queda no preço da soja em 2023 e quebra de safra em 2024 provocaram turbulências nos Fiagros, com reflexos negativos sobre diversos ativos. O RZTR11, no entanto, manteve estabilidade, mesmo em meio à adversidade.
Guerra tarifária entre EUA e China favorece o agronegócio brasileiro
Outro fator relevante no bom desempenho recente do RZTR11 é a reconfiguração do comércio internacional. A guerra tarifária promovida por Donald Trump tem elevado o custo da soja americana para compradores estrangeiros, abrindo espaço para que o Brasil ganhe mercado na exportação, especialmente para a China.
Recentemente, o país asiático realizou uma compra atípica de 2,4 milhões de toneladas de soja brasileira, fortalecendo o mercado interno e estimulando a valorização dos ativos vinculados à produção de grãos. A alta demanda chinesa e a menor competitividade dos EUA refletem diretamente no portfólio do fundo, que é composto essencialmente por propriedades voltadas ao cultivo de soja e milho.
Rendimento consistente e perspectiva de manutenção
A gestão do RZTR11 sinaliza a manutenção do rendimento de R$ 1,50 por cota até junho, o que representa uma importante ancoragem para investidores em busca de renda passiva. A liquidez média do fundo gira em torno de R$ 4 milhões por dia, e o valor da cota tem acompanhado o valor patrimonial, atualmente em R$ 96.
Embora o relatório gerencial ainda careça de profundidade, segundo analistas do setor, o fundo apresenta performance sólida e sem intercorrências operacionais. A expectativa futura envolve a venda de ativos da estratégia “land equity”, o que pode fortalecer ainda mais o caixa e a distribuição de rendimentos.
O RZTR11 demonstra que é possível atravessar períodos de turbulência no setor agrícola com resiliência, estabilidade de dividendos e boa gestão de risco. A recuperação do agronegócio, aliada a fatores externos como a guerra tarifária entre EUA e China, vem reposicionando o fundo como uma opção segura e rentável para o investidor de longo prazo.
Diante de um cenário de safra favorável e valorização das exportações brasileiras, o RZTR11 segue como destaque entre os Fiagros em 2025.
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