Com R$ 23 bilhões sob custódia e mais de 50 mil clientes, a casa de análise EC Research divulgou sua atualização nas carteiras recomendadas para o mês de maio, com mudanças relevantes nas estratégias de alocação em renda fixa. A principal movimentação foi a redução da exposição ao prefixado, reforço em papéis indexados ao IPCA e leve diminuição no pós-fixado — refletindo a expectativa de valorização dos ativos ligados à inflação implícita.
Por que essa mudança importa?
A decisão ocorre num momento de incertezas fiscais e projeções de inflação resiliente no Brasil, cenário que exige do investidor uma maior atenção à composição da carteira, conforme seu perfil: conservador, moderado ou agressivo.
Perfil Conservador: mais pós-fixado, menos risco
A carteira para investidores conservadores manteve foco em baixa volatilidade. A maior parte da alocação continua em pós-fixados (Tesouro Selic), com ajustes pontuais:
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Pós-fixado: 60%
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Inflação (IPCA+): 30% (ante 27,5%)
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Prefixado: 10% (ante 12,5%)
O destaque está na queda do prefixado de médio prazo (de 7,5% para 5%), o que reduz sensivelmente o risco de marcação a mercado. A exposição a IPCA foi ampliada principalmente nos títulos de médio prazo (ex.: IPCA+ 2040), o que gerou alerta: apesar de rendimentos maiores, esses papéis têm maior sensibilidade a oscilações de mercado.
Comentário do analista:
“Para um perfil conservador, mesmo 10% de prefixado pode ser agressivo. Considerando o cenário atual, o ideal seria no máximo 5%, priorizando liquidez e previsibilidade.”
Perfil Moderado: equilíbrio entre retorno e estabilidade
Com maior tolerância a volatilidade, a carteira moderada trouxe uma diversificação mais equilibrada:
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Pós-fixado: 47,5% (ante 60%)
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Inflação (IPCA+): 35%
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Prefixado: 17,5% (ante 20%)
A redução do pós-fixado abre espaço para maior participação da inflação e manutenção de boa parcela em prefixado. No entanto, o peso de 17,5% ainda é considerado elevado por alguns analistas.
Sugestão alternativa:
Elevar a fatia de IPCA para 40%, com foco em vencimentos até 2029, evita uma exposição exagerada a títulos de longo prazo como o IPCA+ 2050, que podem impactar negativamente a carteira em períodos de forte oscilação.
Perfil Agressivo: aposta na inflação e no longo prazo
A carteira mais arrojada da EC Research mostrou forte inclinação a ganhos reais de longo prazo:
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Inflação (IPCA+): 40%
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Pós-fixado: 37,5%
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Prefixado: 22,5%
Aqui, a exposição a títulos IPCA+ ainda é conservadora, segundo o comentarista do vídeo. A recomendação seria elevar para até 50%, inclusive com foco em vencimentos longos (2045 e 2050), visando capturar valorização via marcação a mercado.
Por outro lado, o pós-fixado aparece em proporção considerada alta para uma carteira agressiva, reduzindo o potencial de rentabilidade total.
Desempenho das carteiras: ainda abaixo do CDI, mas tendência é de recuperação
Embora todas as carteiras ainda estejam abaixo do CDI, é importante considerar que elas começaram a ser acompanhadas apenas em junho de 2024 — um período curto para avaliar performance com precisão. Desde janeiro de 2025, a tendência já é de melhora, com destaque para a carteira conservadora, que vem demonstrando maior estabilidade.
Qual carteira é ideal para você?
A escolha da carteira ideal depende diretamente do seu perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos financeiros. A EC Research oferece boas referências para cada tipo de investidor, mas ajustes individuais podem melhorar a adequação ao seu momento de vida e estratégia de longo prazo.
Dica final:
Ao investir em Tesouro Direto ou títulos privados, avalie sempre a durabilidade do papel, o impacto da marcação a mercado e a sua necessidade de liquidez.
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