Queda nas matrículas na educação básica levanta dúvidas sobre impacto do Pé-de-Meia

Os dados do Censo Escolar de 2024 revelam um cenário misto na educação brasileira. Enquanto as creches registraram um aumento de 64 mil matrículas e o ensino médio avançou com mais 113 mil alunos matriculados, a educação básica apresentou uma preocupante queda de 216 mil matrículas em comparação ao ano anterior.

Essa discrepância chama a atenção do Ministério da Educação e reacende o debate sobre a eficácia do programa Pé-de-Meia, uma das principais bandeiras do governo Lula e o único programa novo implementado nesta gestão. O benefício, que oferece até R$ 200 por mês a estudantes do ensino médio inscritos no CadÚnico, foi criado com o objetivo de combater a evasão escolar.

No entanto, técnicos do governo alertam que, apesar do simbolismo político do programa, ainda é cedo para medir seu real impacto, já que os dados refletem um período em que o Pé-de-Meia ainda estava em fase inicial de implementação.

O desafio da transição entre fundamental e médio

Um dos pontos críticos observados pelo MEC é a queda de continuidade dos alunos entre o ensino fundamental e o ensino médio justamente o segmento onde o benefício é aplicado. Há duas hipóteses em análise: ou os alunos que abandonam os estudos não têm conhecimento do programa, ou os que permanecem são, em parte, estudantes que não necessariamente dependem do auxílio para continuar.

Essa lacuna na comunicação e no alcance do Pé-de-Meia pode estar minando o seu objetivo de reduzir a evasão escolar. O governo agora promete aprofundar a análise dos dados, avaliar a estratégia de divulgação do programa e buscar ajustes que reforcem sua efetividade nos próximos ciclos.

Um programa estratégico para o governo

Mais do que uma iniciativa social, o Pé-de-Meia se tornou um símbolo político. É usado como exemplo de inovação por outros ministérios e representa uma tentativa do governo de retomar protagonismo na área da educação. Diante dos dados do Censo Escolar, no entanto, a eficácia do programa começa a ser colocada à prova.

A expectativa do governo é que os próximos levantamentos mostrem um cenário mais positivo, fruto da maturação do programa e de uma comunicação mais eficiente com os estudantes e suas famílias. Até lá, o Pé-de-Meia segue como uma aposta ambiciosa, mas que ainda precisa provar sua capacidade de transformar a realidade educacional brasileira.

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