A Sanepar (SAPR11), companhia paranaense de saneamento, reportou um lucro líquido de R$ 1 bilhão no 1º trimestre de 2025, alta de 218% na comparação anual. O resultado foi impulsionado, principalmente, pela entrada de recursos relacionados a precatórios, que fizeram o EBITDA saltar 44,1%, atingindo R$ 1,1 bilhão — valor bem acima da expectativa de R$ 783 milhões projetada pelo mercado.
A receita líquida da companhia avançou 6,3% no período, reflexo do aumento nas ligações de água (+1,1%) e esgoto (+2,7%), da redução de perdas e da manutenção de contratos de longo prazo que garantem estabilidade operacional.
Apesar do forte desempenho, 75% do valor dos precatórios — cerca de R$ 2 bilhões de um total de R$ 3,9 bilhões — será devolvido aos consumidores, conforme decisão regulatória conjunta da Agepar e da Celepar. A empresa ficou, portanto, com apenas 25% do montante líquido, o que impactou diretamente o caixa.
Custos, provisões e não recorrentes
O trimestre também foi marcado por despesas extraordinárias, como a provisão de R$ 171,6 milhões com o Plano de Demissão Voluntária (PDV), que resultou na redução de funcionários (de 6.100 para 5.977) e tende a gerar economia futura. Outros custos não recorrentes negativos incluem reajustes salariais e indenizações de processos, além de R$ 169 milhões em ações judiciais já julgadas.
No lado positivo, a empresa registrou um não recorrente favorável relacionado a reversões de pagamentos e reavaliações de risco jurídico, contribuindo para o ganho financeiro.
Dívida controlada e perspectivas
Mesmo com o aumento de 6,2% na dívida líquida, o índice de alavancagem permaneceu em 1,5x EBITDA, refletindo a melhora operacional. A Sanepar mantém uma posição sólida, com contratos de concessão estendidos e planos de expansão alinhados ao novo Marco do Saneamento, especialmente na cobertura de esgoto.
Dividendos e valuation
Atualmente com um dividend yield de 6% e payout reduzido, a Sanepar segue priorizando investimentos. Contudo, analistas projetam uma retomada no crescimento dos dividendos nos próximos anos, impulsionada pelo aumento da geração de caixa. A ação continua sendo negociada abaixo do valor patrimonial (P/VPA de 0,84), o que atrai investidores que buscam oportunidades descontadas no setor de utilidades.
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