Depois de uma queda expressiva de mais de 23% na cotação, que devolveu praticamente toda a alta acumulada no início do ano, a Brava Energia (BRAV3) começa a mostrar sinais de recuperação. Com produção crescente, promessa de dividendos atrativos e operações em franca expansão, a empresa chama atenção do mercado — mas os riscos ainda são relevantes.
Produção dispara no 1T25, com destaque para operações onshore
Um dos principais trunfos recentes da Brava Energia é o crescimento expressivo da produção. Em março de 2025, a companhia atingiu 71 mil barris por dia, um salto superior a 30% em relação ao segundo trimestre de 2024, quando registrava cerca de 55 mil barris/dia.
Esse avanço foi impulsionado por operações onshore, com produção de 34 mil barris/dia, quase equiparando-se ao volume offshore, de 36 mil barris/dia. Na divisão por tipo de produto, foram 58 mil barris/dia de óleo e 12 mil de gás, ambos com crescimento na casa dos 20% a 25% frente ao mesmo período de 2024.
O aumento de produtividade vem da expansão em campos como Atlanta e Papa Terra, que já operam próximos da capacidade plena. Por outro lado, ativos como Parque das Conchas e Manati ainda apresentam potencial de crescimento.
Dividendos promissores: entre 12% e 14% ao ano
Com a recuperação operacional, algumas casas de análise voltaram a olhar para a empresa com otimismo, especialmente por conta dos dividendos. A expectativa gira entre 12% e 14% ao ano, uma remuneração atrativa para investidores que buscam geração de renda.
Mas nem tudo são flores: controladores vendem, e o mercado pressiona
Apesar dos dados positivos de produção, a movimentação dos próprios controladores gera desconfiança. Registros apontam que membros do Conselho Administrativo venderam ações no segundo semestre de 2024, enquanto em concorrentes como a PRIO (PRIO3), os controladores têm feito recompras.
Além disso, mais de 17% das ações da Brava estão alugadas — um número elevado, indicando forte atividade de venda a descoberto. Em valores monetários, isso representa cerca de R$ 1,6 bilhão em posições abertas, com quase 80 milhões de ações alugadas, o que mantém o papel pressionado.
Em comparação, PRIO possui cerca de 8,9% das ações alugadas, enquanto Petrobras (PETR4) apresenta apenas 2,45%, evidenciando menor especulação sobre os papéis da estatal.
Valuation e fundamentos ainda preocupam
Na análise técnica e fundamentalista, a Brava apresenta fragilidades. O P/L (Preço sobre Lucro) e o ROE (Retorno sobre o Patrimônio) são negativos, indicando prejuízo e retorno insuficiente ao acionista. Já o EV/EBITDA é inferior ao de pares como Petrobras, sinalizando menor eficiência operacional.
Na comparação com Petrobras, a diferença é gritante: margem líquida de 7,4%, ROE de 10% e dividend yield superior, além de lucros consistentes nos últimos cinco anos. A Brava, por sua vez, ainda está em estágio inicial de consolidação.
Ferramentas inteligentes ajudam a filtrar oportunidades
Para investidores interessados em identificar boas oportunidades, o uso de painéis inteligentes, como os oferecidos por plataformas como Investidor10 ou Quantfury, tem se tornado essencial. Esses sistemas permitem rastrear ações baratas com base em critérios como desconto por Graham, rentabilidade Greenblatt, liquidez e dividend yield mínimo, filtrando ativos com maior potencial de valorização.
Em testes com esses filtros, a BRAV3 ainda aparece como “cara” para modelos baseados em Graham, diferentemente de empresas como Cemig (CMIG4), que oferece 131% de potencial de valorização e alto retorno sobre patrimônio.
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