Um retrato de muitas mulheres
Vanessa da Mata apresenta Todas Elas, seu novo álbum autoral, que será lançado no dia 12 de maio. Com 11 faixas inéditas, o trabalho mergulha nas diversas camadas da identidade feminina — e também da própria artista. Além disso, o disco conta com participações especiais de João Gomes, Robert Glasper e Jota.pê.
“Esse álbum poderia contar a história de várias mulheres. São várias mulheres dentro dele: mulheres que compõem a minha pessoa, as minhas facetas, os meus momentos”, afirma Vanessa. Assim, a proposta é mostrar sua pluralidade artística e emocional, revelando vivências e contradições com leveza, potência e lirismo.
Parcerias que atravessam gêneros e gerações
Cada participação no álbum acrescenta uma camada à narrativa. A faixa “Demorou”, gravada com João Gomes, mistura reggae e romantismo maduro. “A voz dele, gravíssima, faz um casamento perfeito com a minha”, diz Vanessa.
Já “Troco Tudo”, composta com Jota.pê, nasceu de maneira espontânea. “Ele me mandou a primeira parte da melodia e eu fiz o restante. Fizemos a letra juntos”, conta a cantora. Por fim, a faixa “Um Passeio com Robert Glasper Pelo Brasil” marca a colaboração com o aclamado pianista de jazz, em uma fusão entre Brasil e Estados Unidos, samba e jazz, tradição e vanguarda.
Produção assinada por Vanessa e banda afinada
Seguindo o caminho do álbum anterior, Vanessa assina também a produção musical. Os arranjos são frutos de uma criação coletiva com músicos experientes como Marcelo Costa (bateria), Maurício Pacheco (guitarra e violão) e Rafael Rocha (trombone). O álbum foi gravado no estúdio Visom Digital, no Rio de Janeiro.
A faixa de trabalho, “É Por Isso Que Eu Danço”, funciona como um manifesto de liberdade, sensibilidade e potência. Ao mesmo tempo, outras músicas revelam uma artista que se permite brincar, refletir, provocar e emocionar.
Um disco que dança, sente e pensa
No texto de apresentação do álbum, a filósofa e poetisa Viviane Mosé define com precisão: “Este disco vai desdobrando estas diversas mulheres que vivem em cada mulher. Somos todas, somos uma. Somos múltiplas, desdobráveis, como já disse Adélia Prado.” Dessa forma, Vanessa entrega um trabalho que transborda suas experiências e abre espaço para identificação.
Em faixas como “Maria Sem Vergonha”, ela questiona padrões impostos às mulheres. Já em “Me Adora, Mas”, retrata os impasses emocionais de um relacionamento instável. Em “Quem Mandou”, ela vira a página com assertividade: “Agora não adianta chorar pra voltar”.
Maturidade, crítica social e brasilidade
Além dos temas íntimos, o disco também traz reflexões sociais e espirituais. Na ciranda “Eu Te Apoio em Sua Fé”, Vanessa denuncia a intolerância religiosa e defende o respeito às crenças de matriz africana. Enquanto isso, a música “Esperança” fala sobre amor maduro, empatia e transformação.
Assim, Todas Elas se mostra um disco consistente, dançante e sensível — um reflexo de Vanessa da Mata em sua plenitude artística. Uma mulher que canta o amor, a luta, o corpo e o país com coragem e beleza.
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