A visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China já começa a render frutos concretos para a economia brasileira. Em um gesto simbólico e estratégico, empresas chinesas anunciaram nesta segunda-feira (13) um pacote bilionário de investimentos no Brasil, superando R$ 60 bilhões, com foco em setores como energia renovável, carros elétricos, tecnologia, logística e delivery.
Acordo Brasil-China: uma aliança cada vez mais estratégica
O presidente Lula, que se reunirá nesta terça-feira (14) com o líder chinês Xi Jinping, tem reforçado em discursos públicos a importância da parceria estratégica entre os dois países. Durante sua estadia, o presidente brasileiro fez acenos claros à China como principal aliada econômica do Brasil, enquanto aproveitou para criticar a postura protecionista dos Estados Unidos sob Donald Trump.
Esses anúncios ocorrem em um momento em que o Brasil busca acelerar a reindustrialização, atrair capital estrangeiro e fomentar uma transição energética sustentável.
Investimentos confirmados: energia, mobilidade e tecnologia
Entre os principais destaques estão os investimentos da GCK Motor e da GWM (Great Wall Motors), que juntas pretendem aportar mais de R$ 13 bilhões no país. A GCK destinará R$ 7 bilhões à produção de carros elétricos em Goiás e à criação de um centro de pesquisa no Nordeste — fora do pacote anunciado oficialmente pelo governo. Já a GWM reafirmou um plano de R$ 6 bilhões para aumentar a produção local com foco em exportação para a América Latina.
Setor de delivery também entra no radar
A gigante chinesa Meituan, conhecida por seu domínio no setor de entregas, anunciou R$ 5 bilhões em investimentos no Brasil. A empresa quer disputar espaço com nomes fortes como iFood e Rappi, prometendo criar até 100 mil empregos indiretos no país com sua operação de delivery.
Energia renovável e aviação sustentável
No setor energético, duas empresas chinesas se destacaram. A Envision e a CGN anunciaram investimentos combinados de R$ 8 bilhões. Um dos projetos mais relevantes é da Envision, que pretende produzir SAF (combustível sustentável de aviação) a partir da cana-de-açúcar. Segundo o governo brasileiro, esse projeto pode transformar o Brasil em um dos principais produtores globais do novo combustível verde, com impacto direto na transição energética do setor aéreo.
Alimentação, logística e semicondutores: diversificação do capital chinês
A Michué, maior rede de fast food do mundo, também demonstrou interesse no mercado brasileiro, com planos de importar frutas tropicais para a produção de sorvetes e bebidas em sua cadeia global.
Na área de mobilidade, a Didi — controladora do 99 Táxi — pretende investir quase R$ 1 bilhão em melhorias logísticas. Já a Lonxis planeja aportes no setor de semicondutores, área estratégica diante da disputa global por chips. Por fim, a farmacêutica Norte Química anunciou um investimento de R$ 350 milhões.
Parceria comercial em expansão
Os anúncios reforçam a crescente influência da China como principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o país asiático já era o destino de mais de 30% das exportações brasileiras, superando em larga escala os Estados Unidos. Agora, com os novos aportes e o fortalecimento institucional da parceria, a tendência é que a presença chinesa no Brasil avance não só em volume de comércio, mas também em geração de empregos, tecnologia e desenvolvimento sustentável.
A visita de Lula à China representa mais que uma agenda diplomática: trata-se de uma ofensiva estratégica para reposicionar o Brasil no mapa global de investimentos. Os mais de R$ 60 bilhões em aportes revelam a confiança chinesa na economia brasileira e abrem caminhos promissores para setores-chave do futuro, como mobilidade elétrica, energia limpa e inovação tecnológica.
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