O fundo imobiliário SNEL11 (Sono Energias Limpas) vem se destacando entre os FIIs por adotar uma tese inovadora: a geração de energia solar. Enquanto a maior parte dos fundos imobiliários tradicionais foca em imóveis comerciais ou recebíveis, o SNEL11 aposta em usinas fotovoltaicas para gerar receita e distribuir dividendos mensais aos cotistas. Mas será que vale a pena investir, mesmo com o fundo sendo negociado acima do seu valor patrimonial?
O que é o SNEL11?
Lançado como um fundo de base 10 (preço acessível), o SNEL11 investe exclusivamente em ativos ligados à produção de energia solar. A geração ocorre em usinas fotovoltaicas, e a energia é vendida para consumidores por meio de distribuidoras como CEMIG, Light e Equatorial. A receita obtida com essas operações é repassada aos cotistas na forma de dividendos.
Atualmente, o fundo possui um patrimônio de R$ 310 milhões e mais de 27 mil cotistas. Seu preço de negociação gira em torno de R$ 8,61, acima do valor patrimonial estimado em R$ 8,10, resultando em um P/VP de 1,06.
Rentabilidade e distribuição de rendimento
O SNEL11 mantém uma distribuição estável de R$ 0,10 por cota desde o início dos pagamentos. Considerando o preço atual, o dividend yield acumulado dos últimos 12 meses é de aproximadamente 14%, superando muitos fundos tradicionais.
Outro destaque é o resultado acumulado de R$ 0,30 por cota (em março de 2025), o que pode indicar uma margem de segurança na manutenção dos rendimentos atuais.
Histórico de pagamento de dividendos
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Desde abril de 2024: R$ 0,10 por cota todos os meses
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Estabilidade incomum entre os FIIs de nicho
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Possui lucro acumulado para reforçar os pagamentos futuros
Estrutura dos ativos e contratos
O portfólio do fundo é composto majoritariamente por usinas fotovoltaicas (54%), CRIs (40%) e caixa (6%). Além disso, os contratos de venda de energia possuem prazos de 10 a 25 anos, garantindo previsibilidade de receita para o fundo.
Exposição por vencimento:
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31% dos contratos vencem em 2050
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22% vencem em 2039
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8% vencem em 2034
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5% vencem em 2033
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34% ainda sem vencimento definido
Emissão de cotas e expansão
Recentemente, o SNEL11 concluiu sua 3ª emissão de cotas, arrecadando mais de R$ 166 milhões. O objetivo é ampliar o portfólio com novas usinas, fortalecendo a capacidade de geração de receita e, consequentemente, a distribuição de rendimentos.
Distribuição geográfica e de distribuidoras
O fundo possui uma concentração relevante em três estados:
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Minas Gerais (CEMIG) – 37%
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Rio de Janeiro (Light) – 25%
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Goiás (Equatorial) – 23%
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Pernambuco (CELPE) – 8%
Essa diversificação regional mitiga riscos operacionais e políticos relacionados a concessões estaduais.
Potencial e riscos do SNEL11
Pontos Positivos
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Tese diferenciada: Único FII focado em geração de energia limpa no Brasil
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Estabilidade nos rendimentos: Padrão de pagamento consistente desde a estreia
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Contratos de longo prazo: Previsibilidade para quem busca renda passiva
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Baixo custo operacional: Energia solar é uma fonte barata de produção
Pontos de atenção
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Preço acima do valor patrimonial: O P/VP de 1,06 exige atenção, pois o mercado já precifica um prêmio pela tese diferenciada
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Setor ainda pouco explorado nos FIIs: Pode gerar dúvidas sobre liquidez e governança
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Exposição a poucas distribuidoras: Embora confiáveis, uma concentração elevada pode representar risco regulatório
Vale a pena investir no SNEL11?
O SNEL11 é uma alternativa promissora para quem busca diversificação fora dos FIIs tradicionais. Com uma proposta sustentável, previsibilidade nos rendimentos e potencial de crescimento com a expansão do portfólio, o fundo se destaca como um case único no mercado.
Apesar de estar sendo negociado acima do seu valor patrimonial, o retorno de 14% ao ano e o histórico de estabilidade nos dividendos tornam o SNEL11 uma opção atrativa para o investidor que deseja exposição ao setor de energia limpa com geração de renda mensal.
O post SNEL11 paga R$ 0,10 por cota com estabilidade e alta rentabilidade: Entenda a estratégia apareceu primeiro em O Petróleo.