4 ações perenes para investir em 2025 com olho em dividendos e crescimento

No cenário atual de juros altos e incertezas econômicas, ações de empresas perenes — aquelas que operam em setores estáveis e essenciais — voltam ao radar dos investidores. Entre os destaques para 2025 estão quatro nomes que combinam histórico de dividendos, fundamentos sólidos e capacidade de adaptação: CMIG4 (Cemig), CSMG3 (Copasa), SAPR4 (Sanepar) e AURE3 (Auren Energia).

Apesar de enfrentarem desafios como aumento de custos, investimentos elevados e cenário macroeconômico desfavorável, essas companhias se mantêm lucrativas e bem posicionadas no longo prazo. Veja a seguir a análise individual de cada uma.

AUREN (AURE3): Margem operacional forte, mas dívida ainda pesa

A Auren Energia registrou uma forte geração de caixa no 1T25, com EBITDA ajustado de R$ 1,2 bilhão, alta de 65% na comparação anual. A margem EBITDA atingiu 40,8%, sustentada por sinergias operacionais e controle de custos após a combinação de negócios realizada anteriormente.

Apesar disso, a dívida líquida ainda é elevada, mesmo com a redução do índice de alavancagem de 5,7x para 5,0x. O lucro líquido continua pressionado, com mais de R$ 700 milhões em resultado financeiro negativo. Isso reduz a capacidade de distribuição de dividendos no curto prazo, com estimativa de apenas R$ 0,15 por ação para o exercício.

O preço justo da ação, segundo modelos de valuation, gira em torno de R$ 10, o que significa que o papel está próximo do seu valor intrínseco. Para investidores de longo prazo, a Auren permanece como uma aposta estratégica, mas com retorno mais dependente da recuperação do cenário macroeconômico e da queda dos juros.

COPASA (CSMG3): Resultados sólidos, mas dividendos em transição

A Copasa apresentou bons números no primeiro trimestre de 2025, com lucro líquido de R$ 428,5 milhões e receita líquida de R$ 1,8 bilhão, alta de 10,2% ano a ano. O EBITDA subiu 16%, com margem de 43,3%.

No entanto, a companhia aumentou seus investimentos em 46%, o que contribuiu para a elevação do índice de alavancagem para 1,8x EBITDA. Isso pode impactar negativamente a política de distribuição de dividendos daqui em diante.

A projeção atual é de R$ 1,60 por ação em dividendos em 2025, representando um yield de cerca de 7% com base nas cotações atuais. O preço justo estimado está entre R$ 20 e R$ 21, o que indica que a ação já precifica parte desse potencial.

SANEPAR (SAPR4): Precatório impulsiona lucro, mas atenção aos custos

A Sanepar surpreendeu o mercado ao reportar lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no 1T25, impulsionado pelo recebimento de um precatório tributário de R$ 4,2 bilhões. No entanto, 75% desse valor deverá ser devolvido aos consumidores, restando cerca de R$ 845 milhões líquidos à empresa.

Desconsiderando o efeito do precatório, o lucro recorrente ainda cresceu 11%, atingindo R$ 424 milhões. O EBITDA ajustado também subiu para R$ 816 milhões.

Apesar dos bons números, os custos operacionais subiram 34%, especialmente com serviços de terceiros e eventos não recorrentes, exigindo atenção no próximo trimestre. O preço justo estimado para as ações preferenciais está na faixa de R$ 6, já alcançado pelo mercado. A expectativa de dividendos gira em torno de R$ 0,30 por ação, mas há incertezas sobre o uso da fatia remanescente do precatório para pagamento de proventos.

CEMIG (CMIG4): Dividendos em queda, mas fundamentos seguem firmes

A Cemig registrou crescimento de receita líquida no 1T25, alcançando R$ 9,8 bilhões, alta de 8,7%. No entanto, os custos subiram 13,8%, resultando em uma queda de 9,6% no EBITDA, que ficou em R$ 1,7 bilhão. O lucro líquido caiu 11,5%, em meio ao aumento do resultado financeiro negativo, que chegou a R$ 249 milhões.

Ainda assim, a empresa mantém uma alavancagem baixa, de apenas 1,4x EBITDA, o que confere solidez à sua estrutura de capital. O preço justo é estimado entre R$ 12 e R$ 13, com algum espaço de valorização.

Para 2026, o mercado espera queda nos dividendos, com projeções entre R$ 0,60 e R$ 0,70 por ação. Para 2025, no entanto, os proventos já anunciados devem garantir yield acima da média para quem já está posicionado.

As quatro empresas analisadas se destacam pela resiliência dos setores em que atuam, com receitas previsíveis e forte geração de caixa. Entretanto, os investidores devem considerar os impactos do aumento da dívida, crescimento dos custos e mudança no perfil de distribuição de dividendos, especialmente em Auren e Copasa.

Para quem busca ações perenes para composição de carteira previdenciária ou geração de renda passiva, CMIG4, CSMG3, SAPR4 e AURE3 continuam sendo alternativas interessantes — desde que alinhadas ao perfil e ao horizonte de investimento do acionista.

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