HSML11 pode pagar rendimento extra em junho? Análise aponta expectativa abaixo do previsto

A expectativa de um possível rendimento extra no mês de junho para o fundo imobiliário HSML11 está cada vez mais distante. Apesar da boa performance operacional dos shoppings do portfólio, o resultado financeiro do fundo segue pressionado por despesas elevadas e retenção de caixa adotada pela gestora HSI. A estimativa de rendimento acumulado no semestre, que inicialmente superava R$ 1 por cota, foi revisada para apenas R$ 0,85, frustrando parte dos investidores.

Resultado abaixo do esperado em abril acende alerta

O desempenho do fundo em abril de 2025 foi particularmente fraco: o resultado mensal foi de apenas R$ 0,49 por cota, sendo necessário uso de R$ 0,16 em reservas para manter a distribuição de R$ 0,65. A combinação de queda na receita de aluguel e alta nas despesas financeiras tem comprometido a geração de caixa do fundo.

Um dos fatores apontados foi o menor número de dias úteis em março (referência da receita de abril) devido ao feriado de Carnaval, que impactou negativamente o fluxo nos shoppings. Além disso, parte dos ativos do portfólio está localizada em regiões turísticas, o que reduziu ainda mais o volume de aluguel variável.

Despesas financeiras pressionam resultado

A despesa financeira do fundo, atrelada em grande parte ao CDI, somou R$ 5,88 milhões — um valor considerado elevado, sobretudo em um mês com menos dias úteis. A alavancagem atrelada ao CDI segue como um ponto de atenção, agravada pela opção da gestão em parcelar os recebíveis da venda de shoppings, em vez de antecipar recursos que poderiam aliviar os custos no curto prazo.

Segundo análise, essa decisão tem favorecido a linearidade nos resultados, mas à custa de rentabilidade imediata para os cotistas. A crítica é que esse tipo de manobra beneficia a gestora em momentos estratégicos, como períodos próximos de novas emissões.

Projeção para junho recua para R$ 0,85 por cota

A expectativa inicial de um rendimento extra superior a R$ 1 por cota para o mês de junho foi revista após os resultados fracos de março e abril. Atualmente, a estimativa gira em torno de R$ 0,85, considerando uma média de R$ 0,60 de geração mensal em maio e junho e apenas R$ 0,17 de lucro com vendas de ativos no primeiro semestre.

Essa revisão indica que, mesmo com vendas não recorrentes, a distribuição não alcançará o patamar inicialmente projetado.

Operações dos shoppings seguem resilientes

Apesar da frustração com os resultados financeiros, a performance operacional dos shoppings continua positiva. Em março, as vendas cresceram 5%, enquanto a geração de caixa subiu apenas 1%, impactada pelas peculiaridades do mês de Carnaval. Quando observado o acumulado do ano, o fundo registra avanço de 9% nas vendas e 5% na geração de caixa, este último em linha com a inflação.

Um dos ativos em destaque é o Shopping Tucuruvi, em São Paulo, onde investimentos recentes podem ter afetado temporariamente o fluxo de caixa, mas apontam para melhoria futura.

Gestão é criticada por retenção excessiva

A estratégia da gestora HSI, especialmente no que se refere à retenção de lucros e à alavancagem atrelada ao CDI, vem sendo alvo de críticas por parte dos analistas. Apesar disso, a gestora continua sendo remunerada por meio de taxas de performance, mesmo com os resultados abaixo do esperado.

A falta de transparência e o uso de reservas para mascarar resultados em meses fracos são vistos como sinais de alerta. A linearização forçada dos rendimentos pode passar uma falsa sensação de estabilidade, comprometendo a confiança de longo prazo no fundo.

Fundo mantém potencial, mas gestão precisa agir

O HSML11 continua sendo um fundo com ativos bem localizados e com performance operacional consistente, mas os problemas ligados à gestão financeira, endividamento e retenção de resultados têm ofuscado esse potencial. A expectativa de um rendimento extra expressivo no fim do semestre está cada vez mais distante, com a nova projeção de R$ 0,85 por cota sendo considerada modesta diante do cenário anterior.

Investidores devem ficar atentos às próximas movimentações da gestão, sobretudo em relação à alavancagem e uso das reservas, além do impacto de eventuais novas emissões.

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