Auren (AURE3) surpreende com Ebitda recorde no 1T25, mas lucro despenca 79%

A Auren Energia (AURE3) divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2025 com destaques importantes: a empresa reportou Ebitda recorde de R$ 1,3 bilhão, um salto em relação aos R$ 650 milhões do mesmo período do ano anterior. Apesar disso, o lucro líquido caiu drasticamente, de R$ 254 milhões para R$ 54 milhões, refletindo o impacto do aumento nas despesas financeiras.

O bom desempenho operacional é atribuído à fusão com a AES Brasil e à performance positiva nas áreas de geração e comercialização de energia. A geração se beneficiou de uma temporada pluviométrica favorável, enquanto a comercialização se destacou pela captura de oportunidades com a diferença entre submercados (PLD), gerando R$ 60 milhões em receita adicional.

Estratégia de longo prazo e desalavancagem

A companhia iniciou um processo de desalavancagem, reduzindo sua alavancagem de 5,7x para 5,0x, mesmo com uma dívida ainda elevada. O custo médio da dívida está em IPCA + 5,7% e CDI + 0,4%, o que torna a estratégia de redução do endividamento essencial para melhorar os indicadores financeiros da companhia nos próximos trimestres.

Com um portfólio ainda fortemente dependente de hidrelétricas (68%), a Auren trabalha na diversificação com projetos solares e eólicos no Nordeste, buscando reduzir essa dependência para menos de 50% até o final da década.

Valuation, preço justo e expectativa do mercado

Atualmente negociada com valor de mercado inferior a R$ 10 bilhões — patamar distante dos R$ 16 bilhões logo após a privatização da CESP —, a Auren é vista por analistas e investidores como uma oportunidade assimétrica. O preço valor patrimonial (P/VPA) atual indica um desconto de até 30% em relação ao valor justo, estimado entre R$ 10,20 e R$ 13,20, segundo análises da InvestingPro e especialistas da Faria Lima.

A mediana das projeções de preço justo aponta para R$ 10,58, com estimativas mais otimistas chegando a R$ 14. A perspectiva é de que, com a normalização do cenário macroeconômico e avanço no processo de desalavancagem, a empresa volte a atrair fluxo institucional e integrar índices de maior liquidez na bolsa.

Perspectiva para dividendos e mercado de opções

Apesar do Ebitda robusto, os dividendos da Auren devem seguir baixos no curto prazo devido ao foco em reestruturação financeira. Isso tem levado investidores mais agressivos a buscar exposição por meio de opções longas, que oferecem alavancagem em cenários de alta.

O analista Bruno Mazoni, posicionado via call de AURE3 com vencimento em dezembro, acredita em valorização de até 38% com base no retorno ao P/VPA de 1,04, o que levaria o papel para a faixa dos R$ 13,22. Os pontos de suporte mais relevantes, segundo análise técnica, estão em R$ 8,61 e R$ 7,69, enquanto os alvos de valorização vão até R$ 11,70.

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