KNGF11 surpreende com rendimento de R$ 0,95 e gestão afirma: patamar é sustentável até julho

O fundo imobiliário KNGF11 (Kinea High Yield Fund) anunciou uma distribuição de R$ 0,95 por cota em abril, valor acima da média recente. A gestora projeta a manutenção desse patamar de rendimento pelo menos até julho de 2025, sustentado por uma gestão ativa, portfólio diversificado e novas alocações em ativos indexados ao IPCA.

Embora a alta tenha surpreendido o mercado, a análise do Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) indica que o desempenho foi impulsionado principalmente pela receita com CRIs, que saltou para R$ 17,2 milhões — o maior valor dos últimos 12 meses. Além disso, o fundo registrou ganhos de R$ 2 milhões com cotas de FIIs e um lucro líquido de R$ 1,10 por cota no período.

Sustentabilidade do rendimento: análise do cenário atual

A distribuição elevada gerou dúvidas sobre a capacidade de sustentação, especialmente diante dos compromissos futuros com os imóveis adquiridos via sale and leaseback. No entanto, a Kinea reforça que o atual nível de reservas — hoje em R$ 0,62 por cota — é suficiente para absorver variações futuras, considerando que os maiores impactos financeiros só ocorrerão a partir de 2026.

Em simulação conservadora, mesmo com a queda da receita com LCI e caixa esperada para os próximos meses (cerca de R$ 2,3 milhões a menos), o rendimento recorrente ainda se manteria entre R$ 0,85 e R$ 0,90 por cota, patamar compatível com a atual performance do fundo.

DRE revela performance atípica, mas sólida

Apesar do resultado robusto, a gestora reconhece que o desempenho de abril foi impulsionado por fatores pontuais, como o efeito do IPCA de fevereiro nos CRIs e ganhos não recorrentes com fundos imobiliários. A linha de receita com LCI, por outro lado, apresentou um prejuízo de R$ 200 mil, considerado atípico e já observado em outros fundos da casa.

A receita com operações compromissadas também recuou, mas o caixa atual do fundo — R$ 33 milhões ou 1,7% do PL — garante margem para honrar os compromissos de curto prazo.

Alocação estratégica e gestão do portfólio

O fundo está alocado em cerca de 20% em CRIs atrelados ao CDI, o que oferece maior liquidez e resiliência à marcação a mercado. Recentemente, aumentou sua exposição a CRIs indexados ao IPCA, com taxas atraentes — IPCA +12% — e originados pela própria equipe da Kinea Infraestrutura, o que aumenta a segurança do portfólio.

Além disso, o KNGF11 zera a vacância de seus imóveis, com destaque para as lajes corporativas de alta qualidade. No portfólio de fundos imobiliários, a gestora reverteu a estratégia recente: vendeu cotas de fundos de papel para adquirir fundos de tijolo, mesmo que em valores modestos (menos de 0,15% do PL).

Alavancagem sob controle e caixa gerenciável

Embora o fundo registre alocação total de cerca de 119% do PL, o número se justifica pelo uso de operações compromissadas e pelo caixa que será gradualmente utilizado. A alavancagem segue bem gerida, com possibilidade de venda de ativos líquidos em caso de necessidade — como CRIs de CDI e até imóveis com cláusula de recompra, como o Shopping Uberaba.

A gestora reforça que o KNGF11 é um verdadeiro hedge fund imobiliário, com exposição ampla e estratégica a diversas classes de ativos. A combinação de bons CRIs, imóveis de qualidade e reservas robustas reforça a confiança na manutenção dos rendimentos no curto e médio prazo.

KNGF11 permanece atrativo mesmo com desafios futuros

Apesar das preocupações com os compromissos de sale and leaseback a partir de 2026, o KNGF11 demonstra força e equilíbrio em sua estratégia atual. A gestão ativa, o portfólio diversificado e a recente zeragem da vacância dos imóveis reforçam a tese de que o patamar de R$ 0,95 é sustentável no curto prazo.

Com isso, o fundo se mantém como uma das melhores opções dentro da categoria dos high yield híbridos, especialmente para investidores que buscam rendimentos acima da média com boa estrutura de risco.

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