O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou que, a partir desta sexta-feira, aposentados e pensionistas só poderão desbloquear novos empréstimos consignados por meio da biometria no aplicativo Meu INSS. A medida foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (19) e busca reforçar a segurança das operações, após uma série de fraudes bilionárias envolvendo descontos indevidos nas folhas de pagamento de beneficiários.
Nova exigência para empréstimos, refinanciamentos e portabilidade
A nova diretriz, determinada pelo presidente do INSS, Gilberto Barros Valey, obriga o uso da identificação biométrica — seja por impressão digital ou reconhecimento facial — para validar qualquer nova operação de crédito consignado, incluindo:
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Solicitação de novo empréstimo;
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Pedidos de refinanciamento;
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Portabilidade de contratos existentes.
O objetivo é garantir que apenas o titular do benefício autorize movimentações financeiras vinculadas à sua aposentadoria ou pensão, aumentando a segurança e reduzindo a vulnerabilidade do sistema.
Fraudes em massa provocam reação emergencial
A decisão ocorre em meio a uma força-tarefa do governo para conter um esquema de fraudes que atingiu milhões de beneficiários do INSS. Desde o início de maio, a autarquia bloqueou preventivamente os descontos referentes a empréstimos consignados nas folhas de pagamento, a fim de apurar irregularidades e dar início ao plano de ressarcimento.
No centro da operação está o Meu INSS, aplicativo que passou a concentrar o canal oficial de comunicação entre os beneficiários e o órgão. Por ele, é possível:
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Verificar quais descontos estão sendo aplicados;
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Confirmar ou contestar a autorização desses valores;
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Solicitar reembolso nos casos de fraude comprovada.
Apenas 2% reconheceram os descontos
Segundo dados atualizados neste fim de semana pelo INSS, mais de 15 milhões de beneficiários já contestaram os descontos aplicados em suas aposentadorias ou pensões, indicando que não autorizaram os valores cobrados. Isso representa mais de 98% dos usuários que acessaram o sistema até agora.
Apenas uma minoria, menos de 2%, confirmou que reconhecia os débitos — a maioria relacionados a associações ou entidades que, em muitos casos, vinham realizando descontos sem consentimento explícito.
Medida faz parte de um pente-fino nacional
A nova exigência de biometria se soma a outras ações emergenciais do INSS:
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Bloqueio temporário de novos consignados até a verificação individual;
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Adoção de mecanismos digitais de segurança no aplicativo;
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Criação de uma central de ressarcimento para vítimas de desconto indevido;
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Mapeamento de vulnerabilidades operacionais e jurídicas do sistema.
A medida é vista como uma forma de restabelecer a confiança no crédito consignado — modalidade essencial para muitos aposentados e pensionistas, mas que tem sido alvo frequente de fraudes por parte de correspondentes bancários e entidades conveniadas.
Como realizar a biometria no Meu INSS
Para desbloquear o empréstimo consignado a partir de sexta-feira, o beneficiário deverá:
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Acessar o aplicativo Meu INSS (disponível para Android e iOS);
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Selecionar a opção “Prova de Vida” ou “Biometria”;
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Realizar o reconhecimento facial ou digital conforme solicitado;
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Confirmar ou liberar o pedido de crédito após validação.
A orientação é que os beneficiários atualizem o aplicativo e estejam com os dados cadastrais corretos no sistema gov.br.
Segurança digital e inclusão
Embora a biometria represente um avanço importante na proteção dos aposentados, especialistas apontam para a necessidade de garantir acessibilidade digital a todos os segurados. Muitos dos atingidos pelas fraudes são idosos com dificuldades de acesso à tecnologia, o que pode exigir apoio presencial em agências da Previdência ou convênios com bancos para facilitar o processo.
Mais controle, menos fraudes
A exigência de biometria para desbloquear novos consignados marca uma nova fase de controle no INSS. Ao tornar o procedimento mais rígido, o governo espera não apenas barrar fraudes bilionárias, mas também proteger os beneficiários mais vulneráveis e restaurar a credibilidade do sistema.
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