Pedido de vistas adia votação de reajuste dos servidores de Salvador

O reajuste do funcionalismo público, incluindo a dos professores, não será votado na próxima quarta-feira, 21, conforme informou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vereador Sidninho (PP), durante sessão ordinária no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador (CMS).Um dos motivos para a postergação da matéria deve-se ao pedido de vistas apresentado pela bancada de oposição nesta segunda, 19.“A possibilidade é muito remota. Até porque existe um pedido prévio de vistas por parte da oposição. Já foi sinalizado agora no plenário que tanto a vereadora Aladilce (PCdoB) como a vereadora Marta [Rodrigues] (PT) irão pedir vistas ao projeto do Executivo”, disse o edil ao Portal A TARDE.Durante conversa, o vereador ainda se intitulou como “presidente regimentalista” e diz que não pode ultrapassar as regras internas da casa.“Nada posso fazer se não requerer a devolutiva em 72 horas, e 72 horas, é quinta-feira. Então, se existe alguma previsão de votação é quinta-feira”, afirmou.

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Sidninho ainda acrescentou: “Mesmo que o presidente peça para nos debruçar sobre o projeto por entender da importância junto aos servidores, nada pode ser feito a não ser respeitar o Regimento [Interno]”.

Presidente da CCJ da Câmara Municipal de Salvador, vereador Sidninho (PP)

|  Foto: Gabriela Araújo | Ag. A TARDE

Pedido de vistasApós a sessão ordinária, os vereadores membros das comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Finanças, Orçamento e Fiscalização (CFOF), e de Educação, se reuniram na sala do colegiado, também localizada no Centro Cultural, para discutirem sobre o projeto apresentado pelo Executivo.O encontro — que se resumiu na leitura do parecer da proposição sobre o reajuste — sacramentou a apresentação do pedido de vistas, isto é, mais tempo para análise do documento, da líder da oposição, vereadora Aladilce (PCdoB). A edil, por sua vez, tem sido uma das interlocutoras entre os professores e o Legislativo.Em conversa com os jornalistas, a vereadora explicou o motivo de ter solicitado um prazo maior para estudar o projeto de lei, alvo de protesto na casa legislativa nesta tarde.“Nós precisamos de tempo para analisar. Há uma reclamação muito grande dos trabalhadores em educação, como de todas as outras categorias. Tem categorias, que inclusive, diz que não estão contempladas no projeto. Então, a Câmara tem muita responsabilidade. A Câmara é quem vota o projeto e autoriza o Executivo a fazer as despesas”, disse à imprensa.

Líder da oposição na Câmara de Salvador, Aladilce Sousa (PCdoB)

|  Foto: Gabriela Araújo | Ag. A TARDE

Aladilce ainda afirmou aos jornalistas que deseja votar a proposição com “consciência” sobre o que está sendo pautado e diz ter “responsabilidade com o mandato e com essa instituição [a Câmara Municipal de Salvador]”.O que diz o líder do governoEm defesa da prefeitura de Salvador, o líder do governo, Kiki Bispo (União Brasil), nega que os pares foram pegos de surpresa com o envio da proposição e diz que houve um entendimento entre todas as partes até que se confirmasse o envio da matéria.“Esse projeto antes de chegar aqui foi devidamente conversado e apreciado. Foi discutido com os sindicatos. Tiveram várias reuniões tanto do secretário de Gestão, [Alexandre Tinôco], como também do secretário de Educação [Thiago Dantas], que se buscou até o último momento. A Câmara tem autoridade e legitimidade de apreciar o projeto”, declarou.

Líder do governo na Câmara de Salvador, Kiki Bispo (União Brasil)

|  Foto: Gabriela Araújo | Ag. A TARDE

Entenda protesto dos professoresOs professores seguem em protesto pelas ruas de Salvador em meio ao impasse sobre a gratificação concedida pela prefeitura. Os docentes, em sua maioria ligados à APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), cobram o pagamento do piso do magistério.Segundo eles, a proposta de reajuste encaminhada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) não contempla a reivindicação. “Nada de reajuste! Queremos o piso”, disse uma das presentes no plenário que acompanhava a sessão legislativa.A lei federal determina que o piso nacional do magistério tenha o valor mínimo de R$ 4.867 — para 40 horas semanais — e deve ser contabilizado apenas com o vencimento base de cada professor.Veja reajuste concedido pelo municípioPara a categoria, o chefe do Executivo assegurou um reajuste de ao menos 6,27%. O pagamento será feito por nível, de forma escalonada. A proposta desagrada a APLB.9,25% (nove vírgula vinte e cinco por cento) para o Nível 1 / Referência A;6,65% (seis vírgula sessenta e cinco por cento) para o Nível 1 / Referência B.6,27% (seis vírgula vinte e sete por cento), a partir do Nível 1 / Referência C;6,27% (seis vírgula vinte e sete por cento), para o quadro suplementar do Magistério Público.

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