Ibovespa em alta com apoio de investidor estrangeiro e Petrobras; Gripe aviária ameaça custos

O mercado financeiro brasileiro iniciou esta segunda-feira (20) com tendência de alta moderada, impulsionado pela entrada consistente de capital estrangeiro, expectativa sobre os dividendos do dia e notícias relevantes no cenário político e geopolítico. As ações da Petrobras voltaram ao radar após aprovação de novo plano de exploração, enquanto o surto de gripe aviária acendeu alertas para o impacto nos preços dos alimentos.

Abertura do mercado e desempenho internacional

Apesar de um início de dia misto, o Ibovespa fechou a última sessão com alta de 0,70%, em linha com um cenário de recuperação técnica e suporte da média móvel de 28 períodos. A retomada é puxada, principalmente, pela atuação compradora de investidores estrangeiros, o que tem sustentado o índice acima da chamada “linha d’água”.

fora, o cenário segue volátil:

  • S&P 500: leve queda de 0,40%, refletindo incertezas geopolíticas;

  • Petróleo Brent futuro: ligeira alta de 0,10%, impulsionado por tensões entre Rússia e Ucrânia;

  • Minério de ferro em Dalian: alta de 0,40%, ainda sem empolgar as ações da Vale.

Agenda de dividendos: Mitre e Vulcabras são destaques

Na agenda corporativa, o dia marca a data com de empresas como Mitre (MTRE3) e Vulcabras (VULC3). Os investidores atentos aos proventos devem considerar essas datas para garantir o recebimento dos dividendos previstos.

Fluxo estrangeiro sustenta retomada do Ibovespa

O aumento da participação do investidor estrangeiro tem sido um dos principais motores da recuperação do Ibovespa. Nos últimos pregões, o volume comprador superou o vendedor, elevando a confiança do mercado mesmo em meio às incertezas econômicas e fiscais internas.

Tensões globais e impacto na inflação

Uma ligação de quase duas horas entre Donald Trump e Vladimir Putin trouxe esperanças de algum alívio nas tensões entre Rússia e Ucrânia. O ex-presidente americano também conversou com Volodymyr Zelensky, com o objetivo declarado de conter a inflação global ao amenizar o conflito, especialmente devido ao impacto sobre o gás natural, petróleo e alimentos.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores de grãos do mundo e, com a guerra, a oferta global sofre restrições, elevando preços. A possibilidade de um acordo pode gerar reflexos positivos no mercado de energia e alimentos.

Gripe aviária ameaça abastecimento e pressiona inflação

No Brasil, o Ministério da Agricultura estima que o surto de gripe aviária levará cerca de 28 dias para ser controlado. Enquanto isso, medidas emergenciais estão em vigor. Em Minas Gerais, 450 toneladas de ovos férteis foram descartadas, o que pode comprometer a cadeia de produção de frangos e pressionar os preços de derivados como massas e pães.

Ações como Marfrig e BRF sentiram o impacto:

  • Marfrig (MRFG3): queda de 6,42% na última sessão, após forte alta anterior;

  • BRF (BRFS3): também recuou, com os investidores cautelosos diante do cenário sanitário.

Petrobras: nova autorização pode movimentar o papel

O Ibama aprovou o plano da Petrobras (PETR4) para exploração na margem equatorial, reacendendo o interesse dos investidores. O papel opera com expectativa de alta no curto prazo, principalmente entre os traders que enxergam possibilidade de ganhos táticos no intraday.

Desempenho de ações e destaques técnicos

Alguns papéis chamaram atenção na última sessão:

  • Suzano (SUZB3): recuo de 0,97%, mas com sinais de compra no gráfico de 60 minutos.

  • Vale (VALE3): leve queda de 0,31%, ainda refletindo a instabilidade do minério.

  • Magalu (MGLU3): alta de 1,53%, atingindo alvos táticos no gráfico intradiário.

  • Banco do Brasil (BBAS3): queda de 2,42%, sem sinal técnico claro de reversão no curto prazo.

  • Cogna (COGN3): –2,22%, com sobrecompra nos gráficos semanal e intradiário.

  • IRB Brasil (IRBR3): queda de 3,38%, mas ainda mantendo estrutura de possível retomada.

Dólar e indicadores macroeconômicos

O dólar iniciou a semana com recuo de 0,44%, refletindo o otimismo com o fluxo estrangeiro e expectativa de menor tensão internacional. O comportamento da moeda pode influenciar setores exportadores e também a inflação via preços de importados.

Outros indicadores no radar:

  • CDI e IPCA: seguem pressionados, com projeções influenciadas por alimentos e combustíveis.

  • Bitcoin: estabilidade no mercado cripto após sequência de volatilidade.

 Cenário é de cautela, mas com oportunidades

O dia no mercado é marcado por uma combinação de notícias locais e externas que exigem atenção redobrada dos investidores. Enquanto a Petrobras e o fluxo estrangeiro impulsionam o Ibovespa, a gripe aviária e as tensões geopolíticas ainda impõem riscos inflacionários.

Para quem opera no curto prazo, o gráfico técnico de algumas ações pode apresentar boas entradas, mas o cenário continua exigindo disciplina e gestão de risco.

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