A menos de dez dias do fim do prazo, a Receita Federal informou que cerca de 20 milhões de contribuintes ainda não enviaram a declaração do Imposto de Renda 2025. O prazo se encerra em 30 de maio e, até agora, 64,9% das declarações já enviadas indicam que os contribuintes têm direito à restituição.
De acordo com o órgão, são esperadas ao todo 46,2 milhões de declarações de pessoa física neste ano. Apesar do grande volume já recebido, aproximadamente 43% dos contribuintes ainda precisam regularizar a situação.
O que acontece se não declarar o Imposto de Renda?
Os contribuintes que não entregarem a declaração dentro do prazo estarão sujeitos a multa mínima de R$ 165,74, que pode chegar até 20% do valor do imposto devido. Além disso, ficam impedidos de obter certidões negativas, essenciais para diversas operações financeiras e jurídicas.
A Receita recomenda que mesmo quem não tem imposto a pagar nem a restituir entregue a declaração dentro do prazo para evitar problemas futuros.
Quem terá prioridade na restituição?
O primeiro lote da restituição será pago no próprio dia 30 de maio, junto ao encerramento do prazo de envio das declarações. Como nos anos anteriores, a Receita Federal seguirá a ordem de prioridade legal:
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Contribuintes com mais de 80 anos;
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Pessoas acima de 60 anos;
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Portadores de deficiência física ou mental e doenças graves;
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Professores, cuja maior fonte de renda seja o magistério.
Após essas prioridades, os demais contribuintes receberão conforme a data de envio da declaração: quem enviar primeiro, receberá primeiro.
Como está a distribuição das declarações até agora?
Segundo dados da Receita Federal, do total de declarações já enviadas:
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64,9% terão direito à restituição;
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19,2% precisarão pagar imposto;
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15,9% não terão imposto a pagar nem a restituir.
O volume de declarações entregues indica que, como ocorre tradicionalmente, uma parcela significativa da população deixa para acertar as contas com o Fisco nos últimos dias, o que pode gerar instabilidades nos sistemas.
Correção total da tabela é inviável, afirma governo
Enquanto milhões correm para cumprir a obrigação fiscal, o debate sobre mudanças na tabela do Imposto de Renda segue intenso no Congresso. Segundo o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, uma correção integral da tabela seria inviável, podendo gerar um custo bilionário para os cofres públicos.
O secretário não detalhou quais rendas poderiam ficar isentas, mas reafirmou que a proposta de isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais continua sendo prioridade do governo. No entanto, o ponto mais delicado segue sendo a compensação fiscal para bancar a medida, o que trava o avanço da proposta no Legislativo.
O que falta para a isenção até R$ 5 mil sair do papel?
O governo federal quer isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais, medida que beneficiaria milhões de brasileiros e traria uma atualização significativa à tabela, defasada há anos. Porém, a necessidade de compensação tributária gera impasse político.
A alternativa mais discutida entre parlamentares e técnicos da Fazenda é ampliar a taxação de dividendos, como forma de equilibrar as contas públicas e viabilizar a isenção. Até o momento, não há consenso sobre o modelo ideal.
Expectativas para os próximos dias
Com o prazo final se aproximando, a Receita Federal reforça o pedido para que os contribuintes não deixem para enviar a declaração na última hora, evitando riscos de congestionamento no sistema.
O site oficial da Receita, assim como o aplicativo “Meu Imposto de Renda”, são as principais ferramentas para quem deseja verificar pendências e enviar a declaração com segurança e praticidade.
Como declarar o Imposto de Renda?
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Baixe o programa oficial no site da Receita ou use o app “Meu Imposto de Renda”;
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Preencha os dados de rendimentos, despesas e bens;
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Confira se todas as informações estão corretas;
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Envie a declaração até 30 de maio;
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Acompanhe a situação pelo e-CAC ou pelo aplicativo.
Recomendações finais
Especialistas recomendam que o contribuinte:
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Não deixe para o último dia;
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Revise atentamente todos os dados;
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Opte pela declaração pré-preenchida, quando possível, para minimizar erros;
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Guarde recibos e documentos por, no mínimo, cinco anos.
Impactos para a economia
O volume de declarações entregues e o montante a ser restituído têm impacto direto no fluxo financeiro do país. Estima-se que bilhões de reais sejam devolvidos aos contribuintes, estimulando o consumo em um momento de desaquecimento econômico.
Além disso, a discussão sobre a isenção até R$ 5 mil e eventuais mudanças na tributação podem gerar alterações importantes no sistema fiscal brasileiro, influenciando investimentos e a arrecadação federal.
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