A eleição presidencial da CBF, marcada para o próximo domingo, 25, escancarou a crise de representatividade no futebol brasileiro. Insatisfeitos com o processo eleitoral e sem espaço para influenciar os rumos da entidade, 20 clubes das Séries A e B decidiram se abster da votação em protesto contra a candidatura única de Samir Xaud.Os clubes são América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo e Sport.Nos bastidores, o clima é de guerra fria entre clubes e federações estaduais. A movimentação ganhou força após a tentativa frustrada de lançar Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, como alternativa. Ele não conseguiu o apoio mínimo das federações para oficializar a candidatura, o que gerou revolta entre os dirigentes de clubes.Atualmente, o colégio eleitoral da CBF é composto por 141 votos, sendo 81 das federações (com peso três), 40 da Série A (peso dois) e 20 da Série B (peso um). A desproporção garante o controle das federações, o que tem sido duramente criticado pelos clubes.
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Em carta enviada à CBF, os clubes cobraram mudanças no estatuto eleitoral, com pedidos por mais equilíbrio na distribuição dos votos, além de debates sobre a criação da Liga, fair play financeiro e profissionalização da arbitragem.Mesmo com o boicote, os clubes sinalizam que estão abertos ao diálogo com a futura gestão. A eleição deve confirmar o nome de Samir Xaud, médico de 41 anos, que assume o cargo com mandato previsto até 2029. A expectativa, no entanto, é de um período de tensão e possíveis embates institucionais, com a ideia da Liga voltando a ganhar força como alternativa real.