KNRI11 mantém rendimento sem usar RMG, mas pode perder R$ 63 milhões

O Fundo Imobiliário KNRI11 apresentou em abril um resultado positivo ao não utilizar a Renda Mínima Garantida (RMG) para complementar a distribuição aos cotistas. O fundo, que pagou R$ 1,00 por cota no mês, conseguiu manter a rentabilidade com receita recorrente, sem recorrer ao artifício da RMG. Esse movimento evita o risco de queda abrupta nos dividendos quando o período de garantia expirar, fenômeno conhecido no mercado como “barrigada”.

Segundo análise, o saldo da RMG permanece intacto, demonstrando que o fundo é capaz de sustentar os atuais rendimentos apenas com as receitas operacionais. No entanto, essa escolha pode ter um custo significativo no futuro.

Risco de devolução de R$ 63,6 milhões

Apesar do aspecto positivo de não depender da RMG, existe um ponto crítico: caso a renda mínima não seja consumida até o prazo final estipulado em contrato, os recursos são devolvidos ao vendedor do imóvel, no caso, o Complexo Vera. De acordo com informações confirmadas com a própria gestão da Kinea, essa cláusula está expressa no contrato.

Atualmente, o montante não utilizado da RMG corresponde a R$ 63,6 milhões, o que representa cerca de R$ 2,25 por cota — valor equivalente a mais de dois meses de distribuição de rendimentos do fundo. Esse montante, embora seja tratado como uma garantia, foi pago indiretamente pelo fundo no momento da aquisição do imóvel, o que reforça a importância de um uso estratégico para evitar prejuízos.

Receita recorrente clara e saudável

Outro destaque do resultado de abril foi a facilidade em identificar a receita recorrente do fundo. Sem o uso da RMG, e após descontar o lucro não recorrente de R$ 0,07 por cota, a receita recorrente ficou em torno de R$ 0,94 por cota. Esse patamar demonstra saúde financeira e reforça a capacidade do fundo de manter distribuições atrativas sem depender de instrumentos artificiais.

Debate sobre o uso de RMG em FIIs

O caso do KNRI11 reacende o debate sobre a utilização da Renda Mínima Garantida em fundos imobiliários. Enquanto esse mecanismo é considerado útil em projetos de desenvolvimento, onde há risco elevado durante a construção e prospecção de inquilinos, ele se torna controverso em imóveis prontos e consolidados, como é o caso do Complexo Vera.

A crítica é que, quando utilizada em imóveis estabilizados, a RMG pode mascarar a real capacidade de geração de renda do ativo. Fundos bem estruturados não deveriam precisar desse tipo de artifício, já que imóveis de qualidade tendem a se sustentar naturalmente no mercado.

Estratégia da gestão e visão de futuro

A gestão do KNRI11, comandada pela Kinea, reforçou que os recursos da RMG, caso não utilizados, não são considerados patrimônio do fundo e, portanto, serão devolvidos ao vendedor após o prazo contratual. O fundo também realizou novas locações, como a recente para a Mastercard, mas preferiu não destacar excessivamente essa movimentação.

Apesar das críticas pontuais sobre o preço de alguns ativos do portfólio, a avaliação geral sobre o KNRI11 permanece positiva, sendo considerado um fundo bem gerido, com fundamentos sólidos e política de distribuição consistente.

A discussão sobre o uso ou não da RMG em imóveis prontos segue como um tema relevante para investidores atentos à qualidade e à sustentabilidade dos rendimentos em fundos imobiliários.

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