Fila do INSS atinge recorde de 2,7 milhões e gera custo bilionário às contas públicas

O estoque de pedidos aguardando análise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atingiu, em abril de 2025, o recorde histórico de 2,7 milhões de pessoas. O número representa um aumento expressivo de 91% em relação ao mesmo período de 2024, quando havia 1,4 milhão de processos pendentes. A situação gera um custo bilionário aos cofres públicos e reacende o debate sobre a necessidade de revisão dos critérios para concessão de benefícios.

Benefícios por incapacidade concentram maior parte da fila

De acordo com dados divulgados, quase metade da fila cerca de 48% corresponde a benefícios por incapacidade, incluindo o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Além disso, aposentadorias e outros benefícios assistenciais também aparecem entre os principais responsáveis pelo volume crescente de pedidos não analisados.

O avanço acelerado da fila preocupa não apenas pelo impacto fiscal, mas também pela eficiência do atendimento à população mais vulnerável. Para especialistas, o aumento pode indicar falhas no processo de triagem e concessão, além de reforçar a necessidade de políticas mais robustas para combater fraudes e assegurar que apenas quem realmente necessita receba o benefício.

Programa de pente-fino volta ao centro do debate

Em resposta à escalada de solicitações, o governo federal deve reforçar o programa de pente-fino no INSS. A iniciativa busca identificar irregularidades e coibir fraudes na concessão de benefícios, especialmente os assistenciais, que representam parcela significativa do volume represado.

Apesar dos esforços anteriores, o aumento da demanda pressiona o sistema e evidencia a necessidade de modernização nos processos de análise, além de ampliar a capacidade de atendimento do INSS.

Custo bilionário e impacto nas contas públicas

O crescimento da fila não apenas compromete o acesso da população aos benefícios previdenciários, mas também impõe um peso adicional às finanças públicas. A manutenção de um estoque tão elevado de pedidos gera passivos que, uma vez aprovados, podem resultar em pagamentos retroativos expressivos.

Esse cenário é particularmente sensível no atual contexto fiscal, marcado por ajustes nas despesas e revisão das metas de arrecadação do governo. Recentemente, o relatório bimestral de receitas e despesas destacou o esforço da equipe econômica para equilibrar o orçamento, com medidas como a previsão de receitas provenientes de um novo leilão de petróleo e discussões sobre reformas tributária e administrativa.

Reflexos sociais e econômicos

A fila do INSS revela não apenas uma questão administrativa, mas um problema social de grande magnitude, que afeta diretamente milhões de brasileiros dependentes de benefícios para sobreviver. A lentidão na análise e concessão prejudica famílias em situação de vulnerabilidade e compromete o papel central da Previdência Social como instrumento de proteção e distribuição de renda.

Além disso, o volume recorde de pedidos reforça a urgência de investimentos em tecnologia e pessoal, capazes de acelerar a tramitação e evitar que o estoque continue a crescer de forma descontrolada.

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