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Para Hélio, seria impossível fazer uma turnê sem passar por Salvador, que segundo ele “se não for a maior capital, é uma das maiores do reggae no Brasil”. Bentes ainda citou o cantor Edson Gomes, baiano de Cachoeira e um dos grandes nomes do movimento, como uma grande referência.
“Se não é a maior capital, uma das maiores capitais do reggae no Brasil”
Hélio Bentes
“É um lugar onde tem um número de regueiros, de amantes do reggae, Salvador tem essa história. Não posso deixar de falar de uma grande influência, que é um ser humano que eu tenho como família. Os familiares dele me abraçam como família hoje em dia: o Edson Gomes. Ele foi influência, com certeza, para o Ponto de Equilíbrio e para a maioria das bandas de reggae que hoje vivem no Brasil, é um grande pioneiro. Não tem como a gente não falar sobre isso em primeiro lugar. Quando se fala em reggae na Bahia, não tem como não comentar sobre Edson Gomes, que é essa grande referência pra gente”, enalteceu.O cantor relembrou ainda a edição do evento ‘República do Reggae’ de 2009, quando a banda tocou pela primeira vez na capital baiana. “Bem antes da gente vir pela primeira vez, a galera já comentava e tinha muito pedido: ‘Vocês têm que vir na Bahia, tem que vir em Salvador'”.
Quando a gente chegou pela primeira vez em Salvador já tinha uma massa boa, mais de 10 mil pessoas cantando a nossa música, de cabo a rabo.
Hélio Bentes
Reggae como instrumento de consciênciaO Ponto de Equilíbrio é conhecido por suas letras com críticas sociais e políticas, onde há muita abordagem contrária ao sistema e suas mazelas, como diz o próprio Hélio Bentes. Sucessos como ‘Hipócritas’ e ‘Governo Fascista’, por exemplo, trazem reflexões diretas.
Ponto de Equilíbrio se apresenta nesta sexta-feira, 23, na Concha Acústica do TCA
| Foto: Renan Yudi / Divulgação
“Isso é um mecanismo que, infelizmente, a gente não consegue mudar só com voto. A gente tem a consciência do político, mas a política que eu vivo na minha vida é a política do amor, do bem-estar, do bem ao próximo, do bem da saúde. A gente fala sobre a política não porque achamos que seja a salvação para o nosso mundo. Não, a gente está cansado de saber que não. A gente vai apontando algumas mazelas para que o povo tenha consciência de que ele está sendo ludibriado, de que é preciso levantar a cabeça”, pontuou o artista.De acordo com Hélio, o Ponto de Equilíbrio não tem lado político, mas “está do lado do povo”. “A gente canta a favor do povo, contra o opressor e a miséria, enquanto poucos estão com muito e muitos estão com pouco. É mais sobre isso, conscientizar. Uma arma no dia a dia para que você não seja ludibriado pelo sistema opressor, capitalista, esses governantes que, ao meu ver, são todos ‘farinha do mesmo saco’. Nossa política é a política do amor, mas esse mecanismo político, ele tá falido”, analisou.O regueiro também trouxe mais sobre a mensagem que a banda quer passar para o público.
Nossa mensagem não é só social e política. Ela é uma mensagem de bem-estar também, que é como um consolo, uma verdade que é universal, incondicional. A gente fala do amor, e do amor de Deus na sua mais profunda essência. Inclui isso tudo. É um caldeirão de alimentos. De alimento de conhecimento, de alimento espiritual…
Hélio Bentes
Reggae fora da bolha
Hélio Bentes
| Foto: Renan Yudi | Divulgação
Faltando cerca de um mês para o São João, Hélio Bentes foi também questionado se o reggae pode se encaixar nos festejos que já têm o forró como estilo musical imortalizado. Em 2024, Salvador recebeu a segunda edição do ‘Arraiá Reggae’, evento junino dedicado aos regueiros no bairro do Pelourinho.”O espaço pra todo tipo de música é válido, a música é do povo, o reggae é do povo. Ele tem que alcançar corações, não é uma coisa restrita ou VIP. É uma música do povo, para o povo, não importa quem seja, se ele conseguir aquecer aquele coração com a mensagem que o reggae tem para passar, acho que só tem a acrescentar na vida de qualquer pessoa”, opinou.