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“Agora, temos números de identidade e localização dessas pessoas, o que é fundamental para pensarmos políticas públicas mais eficazes. Esse levantamento permite cruzar dados com áreas como educação, saneamento e habitação, ajudando a entender melhor as condições de vida das pessoas com deficiência no estado.”Mais comum entre os homensNa Bahia, o diagnóstico de autismo é mais comum entre os homens. Eles representam quase 60% das pessoas diagnosticadas no estado (59,4%), somando 86.126 indivíduos. Entre os homens baianos, 1,3% tinham TEA em 2022, enquanto entre as mulheres essa proporção era de 0,8%, o que corresponde a 58.802 pessoas.Sobre o dado, André Urpia diz que este é um reflexo do país. “A questão da diferença entre homens e mulheres com TEA é uma questão de já presente na medicina. O IBGE só constatou o dado que já é real e que já é visto. Então, é uma questão nossa do ser humano”, explica.3 em cada 10 são crianças ou adolescentes Fabiani Borges, advogada e mãe de adolescente de 16 anos com TEA, destacou o dado de que 3 em cada 10 pessoas com diagnóstico de autismo são crianças ou adolescentes de até 14 anos de idade e ressaltou a importância central da educação para a inclusão deles. “Muitas crianças autistas ainda não contam com o suporte necessário nas escolas, como o ADI (Auxiliar de Desenvolvimento Infantil) ou o AEE (Atendimento Educacional Especializado), profissionais fundamentais para garantir uma educação de qualidade e adaptada às suas necessidades”, afirmou.
Fabiani Borges
| Foto: Bernardo Rego | Ag A TARDE
Segundo Fabiani, os dados do Censo ajudam a evidenciar que barreiras significativas ainda persistem. “Esses números mostram que, apesar dos avanços, o acesso pleno à educação ainda não é uma realidade para muitas dessas crianças. E os motivos variam — vão desde as limitações socioeconômicas das famílias até a falta de preparo e estrutura das escolas para acolher e acompanhar adequadamente alunos com deficiência.”Dados de SalvadorEm Salvador, o Censo identificou 28.915 pessoas com diagnóstico de autismo em 2022, o que equivalia a 1,2% da população soteropolitana. Quinta capital mais populosa, Salvador também tinha o 5º maior número de pessoas diagnosticadas, num ranking encabeçado por São Paulo/SP (157.376, ou 1,4% da população em geral), Rio de Janeiro/RJ (88.164, 1,4%) e Fortaleza/CE (43.615, 1,8%). Em termos de participação das pessoas com autismo no total da população, Salvador ficava com o 2º menor percentual (1,2%), empatada com Campo Grande/MS, Boa Vista/RR, Goiânia/GO e Brasília/DF e acima apenas de Palmas/TO (1,1% ou 3.394).Dados da BahiaForam identificadas pessoas com diagnóstico de autismo em todos os 417 municípios baianos, sendo que, em 4 de cada 10 cidades (42,2% do total ou 176), a proporção delas no total da população era igual ou superior à verificada no estado (1,0%).Além de Salvador, os outros dois municípios mais populosos da Bahia, embora liderassem também em números absolutos de pessoas diagnosticadas com autismo, tinham proporções mais baixas: Feira de Santana (6.555 pessoas diagnosticadas, ou 1,1% da população) e Vitória da Conquista (3.686 ou 1,0%).No outro extremo, os menores percentuais e números absolutos de população com diagnóstico de autismo, entre os municípios baianos, estavam em Ouriçangas (0,1% da população, ou 6 pessoas), Muniz Ferreira (0,6% ou 10 pessoas) e Maetinga (0,2% ou 15 pessoas).