Cemig (CMIG3 e CMIG4): 5 motivos para investir e um alerta essencial

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), listada sob os tickers CMIG3 (ordinária) e CMIG4 (preferencial), é uma das maiores e mais tradicionais empresas do setor elétrico brasileiro. Com ampla atuação, gestão reconhecida e sólida política de dividendos, atrai investidores que buscam renda passiva e potencial de valorização.

Mas, apesar das qualidades, investir na Cemig exige atenção a um risco clássico das estatais: a interferência política.

Neste conteúdo, apresentamos 5 razões estratégicas para investir na Cemig — e um alerta essencial para quem quer ou já investe na companhia.

1. Forte histórico de dividendos e consistência na distribuição

Um dos principais atrativos da Cemig é sua política regular e robusta de distribuição de dividendos. Nos últimos anos, a companhia manteve uma média de dividend yield superior a 10% ao ano, posicionando-se entre as principais pagadoras da Bolsa brasileira.

Na comparação com concorrentes do setor elétrico, como Taesa e ISA Cteep, a Cemig figura entre as melhores colocadas. Em um ranking que avaliou mais de 200 empresas, ela aparece na 3ª posição, com um score de consistência de 3,16 — um indicador que reforça a estabilidade no pagamento de proventos, mesmo em períodos de oscilação econômica.

Desde 2022, a Cemig vem elevando significativamente sua remuneração aos acionistas, superando a média histórica registrada entre 2016 e 2021. Para quem busca renda passiva de longo prazo, essa é uma característica essencial.

Além disso, a ação preferencial (CMIG4) garante prioridade no recebimento dos dividendos, aspecto importante na estratégia de investidores focados em proventos.

2. Gestão eficiente e sólida estrutura financeira

Embora seja uma empresa estatal, a Cemig se destaca por uma gestão profissionalizada e comprometida com a eficiência operacional. Listada no Nível 1 de Governança Corporativa da B3, a companhia adota boas práticas de transparência e prestação de contas.

Nos últimos anos, a Cemig implementou um rigoroso processo de desalavancagem, reduzindo significativamente seu endividamento. Entre 2021 e 2024, a relação entre dívida e patrimônio líquido caiu substancialmente, enquanto o patrimônio da empresa aumentou de forma consistente.

Outro indicador de solidez é o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), atualmente em torno de 26%, sinalizando elevada eficiência na geração de resultados.

Essa combinação de baixo endividamento, alto ROE e crescimento patrimonial evidencia uma empresa saudável e preparada para sustentar bons resultados no longo prazo.

3. Modelo de negócios diversificado e participação estratégica

A Cemig não se limita à distribuição de energia em Minas Gerais. Sua atuação engloba diversos segmentos do setor elétrico: geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, além da atuação no mercado de gás natural.

Adicionalmente, a companhia detém participações estratégicas em outras empresas relevantes do setor, como a Taesa. Essa diversificação interna amplia as fontes de receita, dilui riscos e potencializa os ganhos da companhia, conferindo ao investidor exposição a diferentes elos da cadeia energética.

Investir na Cemig é, portanto, adquirir um portfólio energético diversificado, o que reforça a resiliência da empresa frente a flutuações econômicas e regulatórias.

4. Valuation atrativo e potencial de valorização

Outro aspecto que torna a Cemig atrativa é o seu valuation descontado. Segundo análises de mercado, o preço justo para as ações preferenciais (CMIG4) é estimado em torno de R$ 13,59, enquanto a cotação atual oscila na faixa de R$ 10,50 — o que indica um potencial de valorização superior a 35%.

Adicionalmente, métodos consagrados de análise fundamentalista, como o de Benjamin Graham, apontam uma margem de segurança elevada para a Cemig, com um preço justo estimado em R$ 23,16 — mais que o dobro do valor atual de mercado.

A Cemig também figura bem em rankings como a fórmula mágica de Greenblatt, que considera empresas com alta qualidade e preço baixo: ela está na 12ª posição entre as mais de 200 avaliadas.

Para quem busca ações baratas com potencial de valorização, a Cemig é uma oportunidade relevante.

5. Presença consolidada e ambicioso plano de expansão

A Cemig possui forte presença em Minas Gerais, um dos estados mais populosos do Brasil, onde detém uma vasta base de clientes. No entanto, sua atuação vai além: está presente em 26 estados e no Distrito Federal, o que garante uma receita diversificada e recorrente.

Atualmente, a empresa conduz o maior plano de investimentos da sua história, com previsão de execução entre 2024 e 2028. O foco está na modernização das operações, expansão das energias renováveis (solar e eólica) e na renovação de concessões, visando reforçar sua competitividade e sustentabilidade no longo prazo.

Esse movimento deve ampliar ainda mais a participação da Cemig no mercado nacional, aumentar a eficiência operacional e gerar novas fontes de receita, fortalecendo sua posição estratégica no setor elétrico brasileiro.

O alerta essencial: riscos de interferência política

Apesar das diversas qualidades, a Cemig carrega um risco estrutural: o controle estatal. A empresa é majoritariamente controlada pelo governo de Minas Gerais, o que a torna suscetível a interferências políticas, especialmente em anos eleitorais.

Esses riscos podem se manifestar de diversas formas:

  • Mudanças na diretoria e na estratégia corporativa, de acordo com os interesses do governo em exercício.

  • Decisões orientadas por interesses políticos, que podem conflitar com a geração de valor para os acionistas.

  • Maior volatilidade nas ações, especialmente em períodos eleitorais, quando investidores se antecipam a possíveis mudanças.

Além disso, existe a pauta recorrente sobre a possível privatização da Cemig, especialmente no governo atual de Romeu Zema. Caso avance, o mercado tende a enxergar como positivo, visto que a privatização pode:

  • Reduzir interferências políticas;

  • Aumentar a eficiência operacional;

  • Ampliar a capacidade de investimentos.

No entanto, até que tal processo se concretize, o risco estatal permanece como uma variável importante para quem decide investir na empresa.

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