Eduardo Bolsonaro chama Moraes de ‘tirano’ e alerta sobre perseguição

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira, 27, que o Brasil está “se alinhando ao modelo de perseguição estatal contra familiares de dissidentes” e associou a prática ao ministro Alexandre de Moraes, quem chamou de “tirano de beira de estrada”.“Não esperava nada diferente do tirano de beira de estrada que envergonha a Justiça, ocupando indevidamente o cargo de ministro na mais alta corte do país. A transformação do estado brasileiro em uma organização criminosa está quase completa”, escreveu o parlamentar licenciado no X (antigo Twitter).As declarações do legislador, que está exilado nos Estados Unidos, acontecem em meio ao inquérito que tramita na Corte contra a atuação do deputado no país americano. Moraes é o relator do caso no STF e atende uma queixa movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).O parlamentar também aproveitou para criticar a atuação da PGR e defendeu a imparcialidade dos órgãos públicos, que neste caso, impediria a procuradoria a analisar o caso.“O Ministério Público e a magistratura têm o dever legal de se declararem suspeitos ou impedidos. É óbvio o impedimento de um procurador e juiz que se dizem ‘alvo’ das medidas pretendidas pelo ‘investigado’”, disse.

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Eduardo afirmou que agiu sob a jurisdição norte-americana, não cabendo a atuação de Moraes. “Todos meus atos foram praticados na jurisdição americana, solicitando medidas legais sob essa jurisdição. Mais uma vez a trupe de Moraes invade essa jurisdição e avoca para si o direito de punir pessoas que agem sob sua proteção e regulação”, declarou.Veja tweet

Outra característica bem comum em um regime de exceção é perseguir, ameaçar e prender os familiares dos dissidentes políticos que os denunciam intencionalmente. Não tendo como ameaçar ou prender os exilados, os regimes se voltam para os familiares que estão sob o árbitro dos… pic.twitter.com/sHyBpkqkpE— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 27, 2025O casoO ministro Alexandre de Moraes será o relator da queixa da PGR no STF contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). O parlamentar está nos Estados Unidos, licenciado do seu mandato.O inquérito correrá em sigilo, determinação do próprio Moraes. Na ação, Paulo Gonet, procurador-geral da República, aponta uma lista de declarações e movimentações públicas que mostram uma possível estratégia de Eduardo Bolsonaro (PL) para constranger a atuação do STF.De acordo com a jornalista Daniela Lima, em seu blog no portal G1, um integrante do STF, sob condição de anonimato, indicou que a postura adotada por Eduardo Bolsonaro (PL) gerou um clima de ‘solidariedade’ com Alexandre de Moraes, relator do processo do 8 de janeiro.Estadia no exteriorO parlamentar deixou o Brasil em março deste ano, tirando licença do seu mandato parlamentar, e alegando que estaria sendo vítima de uma perseguição da Justiça.”Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão. Irei me licenciar, sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, disse.

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