O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pode votar, de forma definitiva, nesta quarta-feira (28), o Projeto de Lei que dispensa a instalação de porta eletrônica de segurança, giratória e individualizada, em agências e postos de atendimento das instituições bancárias e financeiras onde não haja guarda de valores ou movimentação de dinheiro em espécie. Bancários, no entanto, criticam a decisão e alertam para os riscos que a mudança pode trazer.
De autoria do deputado Charles Santos (Republicanos), a proposta determina alterações em legislação criada em 1998. No entendimento do parlamentar, é preciso modernizar a lei em vigor, possibilitando maior conforto e segurança aos usuários e trabalhadores dos serviços financeiros. Para ele, as normas em vigor são obsoletas, uma vez que muitas agências não portam mais dinheiro em suas dependências. Outros mecanismos como câmeras de vídeo e alarmes sonoros monitorados seguem obrigatórios.
“As agências convencionais vem sendo a cada dia menos utilizadas e as Unidades de Negócio se tornando uma realidade para vários serviços que não dependem de recursos financeiros em espécie para a concretização do atendimento. São os casos dos seguros, investimentos e vários outros serviços que podem ser feito sem a necessidade de portas giratórias e outros equipamentos de segurança. Essas Unidades se comportam como se fossem um escritório de consultoria financeira”, diz trecho do projeto.
Aprovado em primeiro turno no Plenário, o PL retornou nesta terça-feira (27) à Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para apreciação de duas emendas propostas pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). A primeira retira dessa dispensa locais com caixas eletrônicos e acesso à rede de informações para transações financeiras. A segunda inclui esses espaços na definição de instituições bancárias e financeiras. Ambas foram rejeitadas pelo relator, deputado Roberto Andrade (PRD), e por outros dois membros: Oscar Teixeira (PP) e Zé Guilherme (PP).
Agora, o projeto segue para votação em segundo turno no Plenário da Assembleia Legislativa. A apreciação pelos deputados está marcada para sessão extraordinária nesta quarta-feira (28).
Reação dos bancários
Os bancários, presentes na sessão desta terça-feira (27), classificaram como “absurda” a decisão que, segundo eles, pode comprometer a segurança dos trabalhadores e clientes. De acordo com o Sindicato dos Bancários, a aprovação do Projeto de Lei ocorreu “a toque de caixa e sem debate, em uma sessão que durou apenas cerca de 15 minutos”.
“O PL representa um total retrocesso para toda a sociedade, colocando em risco a vida de bancárias, bancários e clientes. Infelizmente, os deputados parecem não se importar com a segurança e a integridade dos trabalhadores. Eles serão os responsáveis caso algo grave aconteça nas agências”, disse Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Entre os inúmeros riscos trazidos pela proposta, a entidade cita o aumento nos casos do chamado “cangaço digital”. “Esta nova modalidade de crime é caracterizada pelo roubo às instituições financeiras por meio de violência contra funcionários de unidades bancárias, forçando-os a realizar transações financeiras digitalmente, sem necessidade de carregar qualquer quantia em espécie”, esclarece Ramon .
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